Hoje é comemorado o Dia Mundial do Rock. A data de 13 de julho foi instituída em 1985, pois foi o dia em que se realizou o Live Aid, megashow beneficente em prol da Etiópia organizado por Bob Geldof e reunindo grandes nomes do pop da época.
E o rock, como qualquer estilo musical, sempre abrigou gays. Mas por sua natureza explosiva, estética e agressiva, acabou dando mais na cara do que em estilos mais sisudos como o jazz. Desde os primórdios do rock, astros costumavam soltar a franga no palco e em capas de discos.
Confira a seguir um Top Ten com alguns – somente alguns! – dos mais importantes exemplares da espécie, que reuniram ao mesmo tempo qualidade musical, alto grau de vocação roqueira e a questão da homo ou bissexualidade explícita em letras, comportamento ou visual.
1. Elton John
O cantor e compositor inglês só foi se assumir completamente na década de 90, mas seus figurinos nos anos 70 já deixavam tudo bem claro. Incluindo os sapatos plataforma e sua famosa coleção de óculos extravagantes.
2. David Bowie
O camaleão do rock se consagrou no início dos 70, capitaneando o chamado glam-rock ou glitter-rock, repleto de bandas formadas por marmanjos cobertos de purpurina e maquiagem dos pés à cabeça. A moda era ser bissexual, e Bowie seguiu a cartilha à risca. Com seus personagens lúdicos e extraterrestres, tornou-se ídolo dos adolescentes da época. Outros tempos?
3. Freddie Mercury
Vocalista do Queen, o cantor marcou época nos 70 e 80 com seus trejeitos e sua voz inesquecível. Inicialmente bissexual, Freddie acabou assumindo que era mais gay do que bi. Ele morreu em 1991, vítima do HIV, mas sua obra permanece impávida e colossal.
4. David Lee Roth
O primeiro vocalista do Van Halen também fez história, como um dos primeiros cantores de hard rock a desmunhecar livremente. Seu estilo inspirou dezenas de futuros metaleiros cabeludos, loiros e afeminados – embora nem sempre fossem gays -, como Sebastian Bach do Skid Row e Bret Michaels do Poison. Lee Roth chegou até a ter uma aventura com nossa amiga brasileira Claudia Wonder!
5. Morrissey
O eterno vocalista dos Smiths deu o tom para as bibas dos anos 80. Frágil, intelectual, introspectivo e feminino, o cantor conseguiu tornar sexy até mesmo os óculos de grau. E suas letras, tanto nos Smiths quanto na fase solo, sempre deixaram clara sua sexualidade, inspirada por Oscar Wilde e outros atormentados gays milenares. Como no hit "This Charming Man", que você vê aqui em versão ao vivo.
6. Renato Russo
No Brasil, Renato Russo foi considerado herdeiro de Morrissey em determinados aspectos, especialmente a questão gay. Tanto à frente da Legião Urbana – muitas vezes comparada aos Smiths – como na carreira solo, o artista tinha muito a ver com o bardo inglês. Nos anos 80, em letras como "Daniel na Cova dos Leões" e "Teorema", Renato insinuava o homoerotismo. Mas foi com "Meninos e Meninas" que ele revelou sua bissexualidade. Nos 90, gravou até um disco em homenagem ao protesto de Stonewall, e depois um disco em italiano, que traz a balada "Strani Amore", com seu clipe supergay. Renato morreu em 1996, vítima do HIV.
7. Michael Stipe
Vocalista do R.E.M., Stipe sempre fez a linha discreta, mas acabou saindo do armário no final dos anos 90. Para quem o conhecia do colorido clipe de "Shiny Happy People", porém, nem precisava. Stipe é até hoje um dos mais respeitados músicos do rock norte-americano, em pérolas gravadas com o R.E.M. ou com outros parceiros.
8. Cazuza
Dispensa apresentações, mas enfim. Cazuza segue como um dos maiores ícones do rock brasileiro e da MPB, e claro um ícone gay. O cantor se dizia bissexual desde o começo da carreira, como vocalista do Barão Vermelho, e foi deixando tudo mais explícito em seu trabalho solo. Como se sabe, Cazuza morreu vítima do HIV, em 1990.
9. Brian Molko
Surgido no fim dos 90, o Placebo veio representar a nova onda de bandas de rock com elementos andróginos, maquiagem e inspiração gótica. O vocalista do Placebo se declara bissexual e segue com um dos principais ícones da (hoje não mais tão) nova geração roqueira.
10. Brett Anderson
O vocalista do Suede já foi considerado o Morrissey dos anos 90, e tornou-se referência do período com sua bissexualidade. À frente do Suede, Brett ajudou a criar um hit inesquecível que marcou os 90, os 2000 e promete seguir como um hino. E que vale para homenagear todos os artistas citados nesta lista. A todos eles, "here they comes… the BEAUTIFUL ONES".