Escrita por Marcia Zelatto, a biografia "Nadando Contra a Corrente", de Thammy Miranda, será lançada na Bienal do Livro do Rio de Janeiro no dia 7 de setembro. E a capa e algumas fotos já foram liberadas para a imprensa.
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A obra da Editorial Record promete abordar a vida e carreira do filho de Gretchen, o processo de se perceber homem trans e os preconceitos que recebeu. "Um livro impactante que rompe com os tabus da transexualidade", é a chamada da contracapa.
A autora Glória Perez, que ofereceu a primeira oportunidade de Thammy atuar como ator na novela Salve Jorge, da TV Globo, fez a orelha. No texto, Glória afirma que admira a autenticidade de Thammy e reconhece as dificuldades que ele deve ter passado.
"Se é difícil suportar o incômodo de uma roupa, de um sapato apertado, imagine a provação de suportar um corpo que não veste sua alma nem sua mente. Um corpo dissociado de você, que não expressa você, pelo contrário, o agride. (…) O gênero que atribuímos a uma pessoa, quando ela nasce, não é necessariamente o gênero com o qual ela vai se identificar e reconhecer. Assim resgar a compatibilidade entre corpo e mente é um ato libertador", diz.
Em entrevista ao Extra, a autora relatou que há vários trechos interessantes sobre a trajetória de Thammy. Dentre elas, a preferência por vestir roupas do universo masculino. "Quando tinha 4 ou 5 anos, pediu a avó um kichute. Ele, ainda criança, gostava de fazer xixi em pé. A família procurava lidar com isso com muita tranquilidade, sem pré-julgamento. Numa das festinhas de aniversário, pediu um He-Man. Pro Thammy aquilo já era a questão do gênero".
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O livro também aborda a quase primeira vez de Thammy com outro homem – ou seja, uma relação gay. "O momento de mais intimidade que ela teve com um homem está no capítulo 'No Motel com o Zorro'. Ela tinha 16 e foi para um motel após uma festa à fantasia. O namorado estava fantasiado de Zorro. Ele queria transar, mas aí ela demorou no banho para esperar ele dormir. Depois foi a vez de ele entrar no banho, e Thammy fingir que estava dormindo. Eles ficaram naquela negociação para não ter penetração, e não teve. Esse foi o máximo que Thammy chegou com um homem".
A autora declara que trata Thammy com pronomes e artigos femininos no livro em 60% do livro até ele se revelar publicamente homem trans. "No livro, me refiro 'a Thammy' até o momento em que ele faz essa mudança de gênero. Isso acontece a partir dos 60% do livro, quando estava com 27 anos. Foi uma opção estética para fazer com que o leitor tenha essa sensação de mudança junto com ele", defende.
