Ex-presidente expõe foto da cirurgia em momento do show da diva LGBTQIA+ no Rio de Janeiro
No último sábado (3), Jair Bolsonaro movimentou as redes sociais ao postar uma imagem impactante da cirurgia que enfrentou recentemente, mostrando suas tripas à mostra. A publicação veio justamente na mesma noite em que Lady Gaga lotava a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, em um show que reuniu cerca de 2,1 milhões de pessoas, além de milhões de espectadores pela televisão e internet.
Enquanto Gaga brilhava como um ícone da juventude e da comunidade LGBTQIA+, Bolsonaro utilizava uma estratégia escatológica para chamar atenção. A foto, que mostra as alças intestinais expostas após o procedimento cirúrgico, gerou reações controversas, inclusive entre seus próprios seguidores. A imagem viralizou e provocou debates acalorados nas redes sociais, servindo como um divisor de águas entre admiradores e críticos.
Quando a saúde vira palco político
Apesar de Bolsonaro ter recebido alta no domingo após três semanas internado, o uso político da sua condição de saúde é evidente. Ao transformar sua recuperação em um espetáculo sensacionalista, o ex-presidente reforça uma tática que vem adotando desde 2018: vitimizar-se e mobilizar sua base em momentos estratégicos.
Essa manobra tem por objetivo manter seus apoiadores engajados e pressionar o Congresso para aprovar uma possível anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 2022 e 2023 — um movimento que visa proteger ele próprio e seus aliados.
O contraste entre a cultura e o oportunismo
Enquanto Lady Gaga representava o poder da arte e da representatividade LGBTQIA+ em uma das maiores festas ao ar livre do Brasil, Bolsonaro buscava, com sua imagem chocante, dividir a atenção do público. O contraste entre o espetáculo da cantora e o apelo grotesco do ex-presidente evidenciou a distância entre suas bases e a forma como cada um dialoga com seus seguidores.
Para o público jovem e LGBTQIA+, Gaga simboliza luta, empoderamento e celebração da diversidade. Já a estratégia de Bolsonaro, que desconsidera a pluralidade e o respeito, reforça o discurso de exclusão e confronto que marcou sua trajetória política.
O que essa disputa nos ensina
Essa disputa por visibilidade entre uma artista que inspira milhões e um político que aposta no espetáculo da dor revela muito sobre a atual conjuntura brasileira. A palavra-chave “Bolsonaro” aparece como símbolo de uma polarização que ultrapassa a política para invadir o campo da emoção, da identidade e da cultura.
Para o público LGBTQIA+ e aliados, é fundamental compreender esses movimentos e fortalecer espaços onde a diversidade seja celebrada, e não usada como palco para manipulações e discursos de ódio.
Enquanto a democracia sofre ataques disfarçados de espetáculo, o poder da arte e da representatividade segue como um farol de esperança e resistência para todo o Brasil.
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