Ator Marco Pigossi erra ao afirmar ranking de violência e desmistifica dados sobre assassinatos LGBTQIA+ no Brasil
O ator Marco Pigossi, conhecido por seu engajamento na causa LGBTQIA+, recentemente afirmou que o Brasil é o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo. No entanto, essa afirmação não encontra respaldo em estudos científicos ou dados oficiais que façam esse tipo de comparação global.
É inegável que o Brasil enfrenta altos índices de violência contra a comunidade LGBTQIA+. A realidade da violência é um problema grave e urgente que merece atenção e combate constante. Porém, a ideia de que o país estaria no topo desse ranking mundial não possui base comprovada.
Desmistificando dados e reafirmando avanços
Segundo levantamentos reconhecidos internacionalmente, como os da ILGA – Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersex – o Brasil, na verdade, está entre os países com legislações mais avançadas para os direitos LGBTQIA+. Em 2017, por exemplo, o país figurava como o segundo no mundo em termos de proteção e direitos legais para a comunidade.
Além disso, o Brasil foi pioneiro em proibir a chamada “cura gay” e despatologizou a homossexualidade anos antes da Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses avanços legislativos e sociais são marcos importantes que colocam o Brasil em posição de destaque no cenário mundial de cidadania LGBTQIA+.
A importância da responsabilidade na divulgação de informações
Enquanto a violência contra LGBTQIA+ é uma realidade dura e presente, é fundamental que informações compartilhadas por figuras públicas, especialmente aquelas que têm voz e influência internacional, sejam baseadas em dados verificados. Repetir afirmações incorretas não só distorce a realidade como pode causar confusão e desinformação.
Marco Pigossi, que atualmente vive nos Estados Unidos e dedica sua arte e voz à visibilidade LGBTQIA+, também está produzindo um documentário sobre refugiados LGBTQIA+ no Brasil. Essa iniciativa reforça a importância de olhar para a realidade com profundidade e responsabilidade.
O que os dados dizem sobre violência e direitos LGBTQIA+
Embora o Brasil registre números alarmantes de violência e assassinatos contra pessoas LGBTQIA+, não existem estudos globais que confirmem que o país é o líder mundial nesse tipo de crime. O cenário da violência é complexo e envolve múltiplos fatores sociais, culturais e políticos.
O reconhecimento desses desafios não deve ser usado para alimentar mitos ou disseminar informações imprecisas, mas sim para fortalecer a luta por direitos, segurança e respeito à diversidade.
Conclusão: compromisso com a verdade e o ativismo
A luta por direitos e pela redução da violência contra LGBTQIA+ no Brasil segue sendo uma missão vital. No entanto, é essencial que essa luta seja embasada em dados reais e análises responsáveis. O Brasil pode e deve continuar avançando, valorizando seus progressos e enfrentando seus desafios sem distorcer a realidade.
Para a comunidade LGBTQIA+, a mensagem é clara: o combate à violência é urgente, mas também o compromisso com a verdade e a informação correta é fundamental para fortalecer a cidadania e a luta por igualdade.
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