Uma pesquisa inédita promovida pelo Núcleo de Pesquisas do Estruturação – Grupo LGBT de Brasília – apontou que, na capital federal, esse segmento é mais liberal quando se trata de alguns tabus sociais como aborto, eutanásia e pena de morte.
Questionados sobre seu posicionamento em relação ao aborto, 46% dos entrevistados se disseram a favor da prática; 45,1% são flexíveis; 7,8%, contra; e 1,2% não têm posição definida sobre o tema. Em maio de 2007 a mesma pergunta foi aplicada pelo Datafolha ao universo total de brasileiros (sem levar em conta orientação sexual) e seus resultados impressionam. Segundo o instituto 65% da população brasiliense é contra o aborto; 26% são flexíveis; 5% se posicionam a favor; e 4% são indiferentes ao assunto.
Sobre a eutanásia mais uma vez a população GLBT se mostrou menos conservadora, 52,6% dos brasilienses se classificam como flexíveis; 42,3% são a favor; 4 % são contrários a prática; e 1,1% não têm uma opinião formada sobre o assunto. Já no universo total de brasilienses, segundo o Datafolha, 57% dos entrevistados se posicionam contra a eutanásia; 36% a favor; 5% são flexíveis; e 2% não têm um posicionamento definido.
A opinião dos LGBT’s brasilienses no que diz respeito à aplicação de pena de morte no Brasil diverge dos entrevistados pelo Datafolha. 46% dos homossexuais se posicionam contra a prática; 43,7% se dizem flexíveis; 8,6% são favoráveis a prática; e 1,6% são indiferentes ao tema. Já de modo geral, mais da metade (55%) dos brasileiros entrevistados pelo instituto são favoráveis à aplicação da pena de morte no Brasil; 40% se dizem contra; 3% são flexíveis; e 2% não souberam responder.
O Estruturação entrevistou 356 pessoas entre gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais durante os dias 22 de junho e 19 de setembro de 2007 nos locais freqüentados pelo público LGBT em Brasília.