Manifestantes pedem ação da União Europeia contra governo húngaro que ameaça direitos LGBTQIA+
Na última semana, milhares de ativistas LGBTQIA+ tomaram as ruas de Bruxelas, Bélgica, em uma vibrante manifestação contra o governo de direita da Hungria, que aprovou uma lei proibindo a realização da Parada do Orgulho LGBTQIA+ em Budapeste. O ato, marcado por cores, bandeiras e discursos emocionados, foi um chamado urgente para que a União Europeia tome uma posição firme diante do avanço autoritário e da repressão aos direitos civis.
Um grito pela liberdade e contra o retrocesso
A lei húngara, sancionada em março, não só proíbe eventos de orgulho LGBTQIA+, como também permite o uso de tecnologias de reconhecimento facial para identificar e perseguir os organizadores das paradas. Essa medida tem sido amplamente condenada por organizações de direitos humanos e autoridades europeias, que veem nela um ataque direto à liberdade e à dignidade da comunidade LGBTQIA+.
Durante a manifestação em Bruxelas, Viktoria Radvanyi, presidente da Budapest Pride, subiu ao palco para denunciar a inércia da Comissão Europeia diante da crise. “Estamos aqui para soar o alarme. O que realmente preocupa é que, em dois meses, não vimos nenhuma ação legal da Comissão contra essa legislação”, declarou, usando um colar com as cores do arco-íris. Para ela, a falta de resposta da União Europeia configura uma cumplicidade silenciosa com o primeiro-ministro Viktor Orbán.
Resistência e esperança em tempos sombrios
A multidão que acompanhava o protesto ecoava as palavras de Radvanyi, segurando cartazes com frases como “Protejam suas crianças de Orbán” e entoando o lema “Façam seu trabalho!”. Entre os presentes, Migiel Moens, de 39 anos, ressaltou a importância da resistência contínua: “Enquanto houver pessoas sofrendo discriminação, devemos continuar saindo para todas as paradas”.
O jornalista Roland Papp, que acompanhava a Budapest Pride há anos, falou sobre o clima de retrocesso. “Muita gente pensa que, uma vez conquistados os direitos, eles jamais serão perdidos. Isso não é verdade. A parada de Budapeste aconteceu por 30 anos, e agora estamos regredindo a tempos terríveis”, lamentou, garantindo que estará na capital húngara no dia 28 de junho para resistir junto à comunidade.
Amor e liberdade não podem ser proibidos
Gergely Karacsony, prefeito de Budapeste, recebeu o carinho do público ao subir ao palco acompanhado por duas drag queens e reafirmou o compromisso de que a Parada do Orgulho acontecerá, independentemente das tentativas de censura. “A Budapeste Pride não pode ser proibida, simplesmente porque amor e liberdade não podem ser banidos”, proclamou, convidando apoiadores de toda a Europa para participarem do que promete ser o evento mais colorido, internacional e vibrante da história da cidade.
Essa mobilização em Bruxelas simboliza a luta incansável da comunidade LGBTQIA+ contra o autoritarismo e a intolerância, destacando a urgência de uma resposta efetiva da União Europeia para proteger direitos e garantir que o orgulho siga vivo, mesmo diante dos ventos contrários.