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BUHO: Grupo budista para homossexuais não pára de crescer

Enquanto vemos por aí religiosos lançando frases de teor discriminatório aos homossexuais, surgem aqueles que trabalham intensamente para difundir uma espiritualidade desprovida de qualquer julgamento aos que apresentem uma orientação diferente da heterossexual. É o caso do grupo BUHO (BU=Budismo e HO=Homossexuais), que surgiu há 14 anos em Madri (Espanha), com o objetivo despretensioso de oferecer os benefícios da yoga e da meditação a uma turma de gays e lésbicas que se interessava por ambas as práticas.

No início eles se reuniam numa casa particular em Madri. Posteriormente, a procura foi tanta que o fundador e porta-voz do BUHO, Chema Muela, se viu obrigado a realizar os encontros em outro local mais apropriado. Hoje, o grupo se reúne duas vezes por mês num espaço no centro de Madri e não pára de atrair seguidores.

Em entrevista concedida ao Dykerama.com, o simpático Chema contou que não é necessário ser budista para se juntar ao grupo e que nele, há muitos ateus, agnósticos e cristãos. “Uma das grandes virtudes do budismo é o grandioso espírito de tolerância e a oposição a qualquer tipo de proselitismo (nome dado à busca de uma religião por novos fiéis)”, destacou o fundador.

Além disso, ele encorajou @s latino-american@s a fundarem uma sede do BUHO por aqui e ofereceu assistência a quem demonstrar interesse. Confira a entrevista completa abaixo!

Dykerama – Quando e como surgiu a idéia de criar um grupo budista para homossexuais?

Chema – Surgiu há 14 anos. Começamos nos reunindo em uma casa particular com vários gays que praticavam separadamente yoga e meditação. Consideramos interessante nos reunirmos periodicamente por termos dois pontos em comum: sermos homossexuais e interessados no budismo, meditação e yoga.

Dykerama – Quantas pessoas freqüentam o BUHO?

Chema – Atualmente umas quarenta e cinco pessoas.

Dykerama – O grupo é exclusivo para homossexuais?

Chema – Também está aberto a transexuais, bissexuais e heterossexuais. Entretanto, procuramos manter a maioria GLBT, o que acontece sempre.

Dykerama – Quem são os que mais buscam o grupo. Lésbicas, gays, bissexuais ou trans?

Chema – Por enquanto 90% do grupo é composto por gays, 8% por lésbicas e os últimos 2% de bissexuais, heterossexuais e transexuais, aproximadamente.

Dykerama – Em que se baseia a programação?

Chema – É um grupo eminentemente prático. Fazemos um hora de yoga, outra de meditação e por último conversamos sobre a prática e aplicação do budismo na vida cotidiana.

Dykerama – Só existem grupos como o BUHO em Madri? Vocês teriam planos de estender o projeto para outros países?

Chema – Até há pouco tempo estávamos apenas em Madrid, porém, desde o final do ano passado surgiu um pequeno grupo em Barcelona. A nossa idéia é que surjam pequenos grupos em qualquer país, especialmente na América Latina. Seria suficiente se duas pessoas começassem a se reunir numa casa particular. Daqui de Madri nós ofereceríamos a orientação necessária.

Dykerama – Quando pensamos nos preconceitos que sofrem muitos GLBTs, qual é a importância do budismo para estas pessoas?

Chema – Trata-se de uma espiritualidade que não os discrimina e, por isso, cada vez mais os GLBTs se aproximam do budismo. Por outro lado, o budismo é extremamente prático e ajuda muito no equilíbrio pessoal, a melhorar a saúde e a viver em paz, algo que os gays, lésbicas, bis e trans apreciam cada vez mais.

Dykerama – Como as pessoas podem entrar em contato com a equipe de BUHO?

Chema – Qualquer pessoa interessada em nossas atividades ou em desenvolver algum grupo em qualquer cidade do mundo pode nos escrever que responderemos com o maior prazer. A página do grupo é www.buhozen.org e o e-mail é buhozen2@yahoo.es.

Dykerama – Onde são realizados os encontros do grupo?

Chema – Nos reunimos num local no centro de Madri. Qualquer pessoa interessada em assistir nossas reuniões pode escrever para o e-mail do grupo que passaremos o endereço e toda a informação necessária. Não é necessário ter experiência prévia.

Dykerama – Tem mais alguma coisa que você gostaria de acrescentar?

Chema – Queria destacar que o número de latino-americanos que residem em Madri e freqüentam o grupo é muito grande. Muito obrigada a tod@s @s leitor@s do Dykerama, abraços do Chema!

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