Perguntaram-me logo depois do show qual das duas havia feito a melhor apresentação. Pois bem, as duas fizeram. Elas são, sim, muito boas no que fazem e isso ficou claro nesta noite de sábado, 23/9. Enquanto Kristine é performática e artística, Deborah é cantora, diva. Se Kristine usa e abusa das roupas, cenários, bailarinos… Deborah já abusa dos seus vocais. (Não que a Kristine não seja boa cantora, longe disso.) Se Kristine é toda montada, Deborah já é simples. Talvez elas tenham ido aos extremos? Acredito que não. Algo mais glamouroso iria atrapalhar a perfomance de Deborah e algo mais simples daria menos impacto a apresentação de Kristine. Kristine entra no palco primeiro. Ela é showgirl. Vem toda montada, bem caricata. Com uma roupa espalhafatosa, lembrava muito as cantoras de Las Vegas (por sinal, Kristine mora em Las Vegas). Ela utiliza de instrumentos, como a divertida guitarra rosa e o sax vermelho, para apimentar o show e consegue. As pessoas gritam, cantam junto. Ela é carismática como poucas: sorri para todos, brinca e ainda pisca para alguns conhecidos. Entre os hits, “The Wonder of it all”, que ela cantou com o violão. Incrível. Até romântico, em alguns pontos. Depois, ela se apresenta cantando seu hit mais atual: “Ill be your light”. Se ano passado foi apresentada como sua nova música, esse ano, as pessoas cantaram junto. Por sinal, Kristine W parecia em casa. Mais tranqüila e mais acostumada com os brasileiros. Não é por menos que seu show foi bem melhor do que o do ano passado. Se ano passado ela chorou de emoção, esse ano, ela ferveu. Melhor para ela, melhor ainda mais para seu público. Antes de ir embora, ela solta um “Bem vindo São Paulo”, ensinado por nós do site antes do show. Fofo! Quarenta minutos depois, é hora da segunda apresentação. Dessa vez, da diva Deborah Cox. Deborah é divã sim. Explico: ela se transforma. Acompanhei o ensaio dela antes da apresentação e ela entrou tímida, calada, testou o som e soltou um pouco do que viria à noite. Oito horas depois, Deborah mudou. De tímida e discreta, ela dominou o palco. Deu autógrafo para seus fãs, solto inúmeros beijos, sorriu, foi simpática e ainda mostrou um show verdadeiro. Diferente do seu outro show, onde ela não viu o público, nem público a viu. Para seus fãs não poderia ter sido melhor. O público também colaborou e muito para o sucesso do show. Era nítido o coro que vinha do público. E eles cantaram juntos quase todas as músicas. Não faltaram gritos afinadíssimos durante a apresentação de “Things Just Ain´t The Same” e “Easy as life”. Por último, Deborah cantou seu hit “Nobody´s Supposed to Be Here”. “Absolutely Not” ficou para o bis. Depois dos dois shows, ficou clara a decisão da The Week em não fazer mais o esperado back-to-back das cantoras. Elas são diferentes. Algo como água e vinho. São absolutamente deliciosos, cada um ao seu tempo, mas não se misturam. Mas um não desmerece o outro, pelo contrário, servem perfeitamente juntos. Por final, ouvi a seguinte frase de um amigo: “Era fã da Kristine e saí fã da Deborah. Meu namorado era fã da Deborah e saiu fã da Kristine”. Auto-explicativo, não?