Os protestos contra a permanência do deputado Marco Feliciano (PSC-SP) no comando da Comissão de Direitos Humanos da Câmara continuam por todo o país.
Nessa última segunda (25), uma reunião convocada pelos deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Marcelo Freixo (PSOL-RJ) reuniu cerca de 600 pessoas no Auditório da Associação Brasileira de Imprensa, no Rio.
Entre os presentes, estavam os cantores Caetano Veloso e Preta Gil, os atores Wagner Moura, Leandra Leal e Dira Paes, o ativista Carlos Tufvesson, além de representantes de movimentos sociais e religiosos.
"Vários fatos levam o povo brasileiro a desprezar o Poder Legislativo. Estamos aqui reunidos para dizer que não concordamos com essa decisão absurda, mas isso significa dizer também que nós não queremos viver sem o Congresso", disse Caetano Veloso, que acredita que a saída de Feliciano do cargo é importante para que o Legislativo tenha mais credibilidade.
O deputado Jean Wyllys cobrou uma posição da presidente Dilma Roussef sobre o caso. "O governo sabe se meter no Legislativo quando é de seu interesse", afirmou Jean.
"Acho muito desonesto os parlamentares do PSC dizerem que a oposição ao nome de Feliciano é uma intolerância contra a figura dele. É, portanto, muito significativa a presença de vários líderes religiosos aqui, inclusive de um pastor presbiteriano", disse o ator Wagner Moura.
Outro órgão que manifestou repúdio a escolha de Feliciano para o cargo foi a Anistia Internacional. Em nota oficial, a Anistia afirmou que a escolha de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias é "inaceitável", por suas "posições claramente discriminatórias em relação à população negra, LGBT e mulheres". O orgão pede que os parlamentares "reconheçam o grave equívoco cometido" e tomem medidas para substituí-lo.
Ainda nessa segunda, manifestantes ser reuniram em Brasília durante a noite em frente ao Congresso Nacional para uma vigília contra o pastor.
Mesmo com as pressões, Feliciano afirmou, por meio de sua assessoria, que ele não tem planos de renúncia. O deputado agendou para a próxima semana uma ida à Bolívia para tratar dos torcedores corintianos presos naquele país.
Com isso, Feliciano não deu atenção para as palavras do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN). Alves havia dito que a situação de Feliciano na presidência da Comissão de Direitos Humanos era insustentável e pediu uma solução para o caso até essa terça (26).