Menu

Conteúdo, informação e notícias LGBTQIA+

in

Caixa de Entrada

Estão uma loucura meus dias. Minha caixa de entrada avisa que tenho 99 e-mails e isso significa que são 99 assuntos que precisam de resposta, de ação, de execução. E minha caixa nunca esteve tão cheia nos últimos tempos, estava sempre na média de 50/60, mas acho normal, o volume de trabalho aumentou e logo mais terei um garoto para dividir o trabalho comigo.

Uma das minhas características que faz minha caixa de entrada estar tão cheia é que sou multi. Envolvo-me em quase tudo, tudo que tenho vontade e vejo sentido para desprender tempo e dedicação, claro. Algumas coisas até sei que não deveria meter o dedo, mas se tenho uma vontade, uma visão, uma opinião eu não hesito em emiti-la e isso faz com que eu esteja sempre envolvido em vários processos dentro da empresa.

Essa minha característica é nata. Sempre fui assim e não foi algo que aprendi com o tempo. Lembro de mesmo muito cedo, queria fazer parte da roda dos adultos e das crianças, estava na cozinha e na sala, queria ser ‘amigo’ da professora e dos bagunceiros, ao mesmo tempo, como se tivesse o dom da onipresença.

Por aqui, quando cheguei, minha função básica era ser programador, mas eu não consigo apenas escrever linhas de códigos. Eu escrevo textos, desenho estratégias promocionais, crio relatórios, estatísticas (sou fanático por elas), penso na rentabilidade, na viabilidade financeira dos novos projetos, penso em milhões de outras coisas que são função de outras pessoas, mas eu me envolvo. Tudo em equipe, claro.

Penso que é tendo uma visão bem ampla do que é uma empresa que vou chegar onde quero chegar, é tendo essa vivência e oportunidades que alcançarei meus objetivos de vida.

Ah, no meio deste texto meu chefe (não gosto muito dessa palavra, mas é isso) veio me trazer a versão que nosso departamento jurídico finalizou de um contrato que eu, digamos, esbocei. É, me envolvo – ou tento – até nisso.

Mas esse mar de informações que invade minha cabeça e meu dia é que me faz feliz. Não gosto de ser um tarefeiro, de apertar botões sincronizadamente como um robô. Quando o dia está cheio, telefone tocando, e-mail bombando e eu fazendo mil coisas ao mesmo tempo, pode ter certeza que neste momento estou feliz, me sinto útil e importante para o organismo.

O melhor de tudo é quando isso vem acompanhando de uma mão de via dupla, onde há retorno de tudo que você faz, da sua dedicação. É claro que não sou perfeito e jamais serei insubstituível, mas tenho certeza que é dessa maneira que construo minha história por onde passo.

História é uma coisa que não se apaga, algumas coisas podem até cair no ostracismo – às vezes proposital -, mas o fundamental é que cada um de nós tenhamos a humildade e o pé no chão para o auto-reconhecimento e só assim poderemos analisar o que fizemos até aqui e o que temos que fazer daqui para frente.

Seria contraditório o auto-reconhecimento e a humildade? Não, eu acredito! E se pareco me achar a última bolacha do pacote pensando assim, paciência, eu sei que não sou a última bolacha, mas sei muito bem do recheio dela. Sei bem dos meus defeitos e qualidades.

E é com essas características todas que eu tenho bastante orgulho de mim e da minha história e mais orgulho ainda de olhar para trás e saber exatamente minha contribuição na história coletiva por onde estive e com quem estive. Sendo assim, posso comemorar meus 6 anos de "vida adulta".

PS: Alguém aí decifra o significado da imagem que ilustra este texto?

Sair da versão mobile