Hoje completa um mês que a Suprema Corte da Califórnia emitiu a sentença que considerou inconstitucional a proibição do casamento gay, alegando ser um ato discriminatório permitir somente a união legal entre um homem e uma mulher.
A medida entra em vigor hoje, às 17h (21h, horário de Brasília). E amanhã (17/06), são esperados milhares de casais para oficializar a união entre a "parte A" e a "parte B", como estipulam os formulários que substituíram a definição de "marido" e "mulher".
A Califórnia é o segundo estado, depois de Massachusetts, a permitir o casamento gay. De acordo com recente pesquisa universitária, mais de 100.000 casais homossexuais vivem na Califórnia e a metade pretende se casar nos próximos três anos. Ao contrário de Massachusetts, a Califórnia autoriza a união de residentes de outros estados em seu território. A mesma pesquisa estima que 67 mil casais se mudarão para o Estado, por conta da nova lei.
Casamentos movimentam a economia da Califórnia
"Os gastos diretos dos casais californianos do mesmo sexo para seu matrimônio, e aqueles casais vindos de outras partes, como por exemplo, com os gastos de permanência, irão beneficiar a economia do estado com mais de 630,3 milhões de dólares em três anos", revela estudo publicado no início da semana, na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA).
Segundo Jack Kyser, chefe da câmara de comércio de Los Angeles, a ebulição antecipada de lucros "será bem-vinda para o setor aéreo e do turismo, que atualmente estão muito preocupados com os efeitos da economia (americana) sobre o turismo tradicional".
As boas perspectivas também se apóiam no fato de a maioria dos casais homossexuais possuíram alto poder aquisitivo dos chamados "Dink" – dual income, no kids (dois salários, sem crianças).
Apesar de algumas regiões da Califórnia, especialmente as áreas conservadoras do vale agrícola central "deixarem claro seu descontentamento" com os casamentos gays, segundo contou Kyser, outras cidades estão tentando faturar, até mesmo lançado campanhas publicitárias.