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Câmara dos Deputados nega manipulação em enquete sobre conceito de família

A Câmara dos Deputados negou nesta quinta-feira (11) as acusações de que a enquete que aborda o "Conceito de núcleo familiar no Estatuto da Família" – sobre o projeto de Lei 6583/13, que na prática exclui famílias homoafetivas- tenha sido vítima de manipulação, robôs ou fraude.

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A enquete pergunta: "Você concorda com a definição de família como núcleo formado a partir da união entre homem e mulher, prevista no projeto que cria o Estatuto da Família?". E até o momento o "não" tem 49,94% e o "sim" tem 49,75%.

"Para evitar fraudes e manipulações, a Câmara sempre adotou mecanismos que impedem o uso de 'robôs' e a duplicação de votos pelo mesmo browser (navegador). Entre os cuidados observados, está a utilização do sistema 'captcha', que obriga a digitação de caracteres para a autenticação do voto, e o constante monitoramento online das votações", informou, por meio da Coordenação de Participação Popular da Secretaria de Comunicação Social.

A justificativa surgiu depois que o Blogay, da Folha de São Paulo, divulgou que o grupo LGBT Brasil, liderado pelo médico Éverton de Lima Oliveira, pelo bibliotecário Daniel Rodrigues, pelo investidor Miguel Costa e pelo ativista Benjamin Bee fizeram um dossiê que questionam a votação.

O grupo alega que monitorou a enquete desde fevereiro deste ano e descobriu "dados suspeitos", bem como "oscilações e três saltos na votação sem razões plausíveis que os justificassem".

Para a Câmara, a denúncia é um "equívoco" e todos os saltos – três para o "sim" e um pelo "não" – são justificados. "O primeiro pico ocorreu em 31 e março, gerado pelo efeito viral de postagens incluídas de hora em hora pelo perfil "Silas Malafaia" no Twitter, que, na época, já apresentava mais de 700 mil seguidores (…). O segundo pico pelo "sim" ocorreu na segunda semana de maio, após a enquete ter sido rápida e amplamente divulgada pelos cidadãos por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. (…) O terceiro pico pelo "sim" ocorreu em julho, quando a equipe de monitoramento da Câmara registrou disputa polarizada dos dois grupos, com mobilização pelas redes sociais e também pelo aplicativo WhatsApp".

Já o pico pelo "não", segundo a Câmara, é justificado pela grande mobilização de grupos LGBT pelas mídias sociais no dia 7 de setembro. "Somente no dia 7, quando a manifestação conhecida como Parada Gay destacou a temática "Família", foram registrados 30.895 votos "não" pelo IP da empresa Amazon, que centraliza milhares de assinantes".

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A Câmara diz ainda que o serviço de enquetes é o mais visitado do portal na Câmara na Internet e que teve somente no mês de novembro mais de 2 milhões de visitas. E também justifica pela grande divulgação do tema em jornais como "O Globo", "Correio Braziliense", no programa "Encontro com Fátima Bernardes", da Globo, e por personalidades como Alexandre Nero e Dilma Bolada.

"As enquetes promovidas pela Câmara revelam o interesse e a posição da sociedade sobre os diversos temas em debate, mas seu resultado não determina, obrigatoriamente, o voto dos deputados. O elevado número de pessoas que se manifestaram na enquete sobre o conceito de família mostra que o tema interessa tanto aos cidadãos quanto à grande imprensa, revelando que a iniciativa atingiu o objetivo de ampliar o debate antes que o projeto seja votado pela Câmara", alega o texto.

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