No próximo sábado (21/02), o Festival de Música de Sanremo 2009 receberá uma manifestação da Associação de defesa dos direitos homossexuais da Itália contra a música "Luca era gay", que será apresentado pelo cantor Povia, que se declara um "ex-gay".
Segundo o presidente da Arcigay (Associação Lésbica e Gay Italiana), Aurélio Mancuso, a letra da canção "repressenta uma ferida para todos os homossexuais que estão lutando contra a homofobia e a ignorância na Itália".
Para Imma Battaglia, presidente da organização DiGay Project, a música "Luca era gay", que afirma que a homossexualidade tem cura,
"inclui todos os precontecios possíveis".
Imma diz ainda que o diretor artístico e apresentador do festival, Paolo Bonolis, assim como o cantor Povia, "também é culpado por selecionar canções discriminatórias e nada educativas".
A manifestação, que deverá acontecer durante o festival, foi organizada pelas instituições Arcigay, Arcilesbica, Arci, Agedo e Familia Arcobaleno, que pretendem realizar um "cortejo alegre".
"A orientação sexual não pode ser trocada como um par de sapatos, é algo enraizado na nossta natureza, do qual não precisamos nos envegonhar", disse Aurélio, reprovando a música de Povia.
Polêmica
A música "Luca era gay" foi escolhida em janeiro para participar do festival. Em entrevista ao jornal italiano "ll Giornale", o cantor Povia defendeu sua canção dizendo que "uma pessoa não nasce, mas se torna gay".
"Meus pais se separam quando eu era pequeno e meu pai saiu de casa. Fiquei sozinho em um ambiente feminino, brincava de boneca. Engana-se quem pensa que uma pessoa nasce gay. Você se apaixona por um homem porque é isso que vc gostaria de ser", disse Povia.
Depois de anos se considerando homossexual, Povia causou-se com uma mulher. "Para mim, foi um milagre. Durante uma peregrinação, conheci Teresa e, após um ano de namoro, nos casamos", revelou o cantor.
As instituições em prol dos diretos LGBTs acreditam que as declarações de Povia e sua própria música são fruto das afirmações do grupo de tratamento fundado pelo psicólogo americano Joseph Nicolosi que trata a relação amorosa entre dois homens como passageira e acredita na cura para a homossexualidade.
