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“Cansei de militar, quero fazer leis”, diz Marcelo Cerqueira, candidato a vereador de Salvador

Marcelo Cerqueira é historiador, militante gay, ativista pelos Direitos Humanos e presidente do Grupo Gay da Bahia (GGB). Filiado ao PV há mais de 10 anos, diz ter uma consciência ambiental bem apurada. Quando candidato ao cargo de vereador por Salvador em 2004, não foi eleito. Dessa vez, Cerqueira está confiante de que vai mudar o mundo em 7 dias.

Como Diretor do Departamento de Gestão Ambiental de Salvador, colocou em prática a preservação dos recursos naturais renováveis. Em entrevista ao A Capa, contou como vai conciliar o GGB com sua campanha, defendeu o candidato à prefeitura de Salvador pelo PT, Walter Pinheiro, e falou sobre suas propostas caso seja eleito.

Quais são suas propostas e projetos?
Quero mudar o mundo em sete dias. Mas vou lutar primeiro para regulamentar leis que já existem. Saúde é o ponto mais critico dos governos, vou me empenhar para possibilitar uma saúde mais adequada para toda a população que necessita de atenção pública de qualidade. Quero que meu gabinete seja a casa dos gays, lésbicas, bissexuais, deficientes, mulheres e negros.

Tem algum projeto no sentido de fazer com que o município passe a registrar ataques homofóbicos?
O GGB já faz esse serviço, acho bacana fazer. Mas necessitamos de dados oficiais do governo. Assim, é urgente pensar numa estrutura junto com o Estado, porque segurança é dever do Estado para poder colher essas estatísticas.

Como vai associar o GGB à sua campanha?
GGB é minha organização de base, a mãe das coisas. Quero dar mais oportunidades a todos que procuram nossa instituição, especialmente pessoas carentes que não tem recursos sequer para pegar um ônibus. Mas agora tenho um Comitê no centro de Salvador onde as atividades da campanha estão acontecendo.

Caso seja eleito, quem ficará na presidência do GGB?
Sendo eleito, quero ser presidente de honra ou sócio do GGB, porque quero dispor de recursos para projetos de atenção, no qual vamos batalhar empregos, estágios, moradia, atenção à saúde a portadores do HIV. Cansei de fazer militância, agora quero fazer leis que possam mudar o rumo das coisas.

Você estáa apoiando algum candidato à prefeitura?
Temos coligação é com o PT, PC do B e PSB.  O nosso candidato a prefeito é o Walter Pinheiro e a vice é a deputada Federal Lídice da Mata, ambos colegas históricos do movimento na Bahia. 

Mas o Walter Pinheiro não é evangélico?
Pinheiro é nosso companheiro. Ele é deputado Federal, mas foi vereador e conhece Salvador muito bem. É um homem sensível. Quando foi presidente da Comissão da Mulher, ele vestia um terno rosa só para marcar o espaço feminino com essa gentileza. Ele não vai governar só, vai governar junto com todos nós.

O que fazer para diminuir os ataques homofóbicos?
A homossexualidade ainda é um tema muito mal compreendido. É preciso educar as pessoas para que elas entendam e com isso diminua a homofobia, especialmente na população jovem.  Homofobia só diminui com educação escolar e doméstica.

Você acredita que há a necessidade de se instituir um órgão como a CADS – Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual de São Paulo – dentro da prefeitura de Salvador?
Quero fazer isso com a regulamentação de uma Lei que já existe e pune a homofobia no município, mas não tem meios de aplicação prática. Imagino que seria melhor criar uma Superintendência ou Departamento com receita para poder realizar as ações de combate a homofobia.

É a favor de se instituir nas grades escolares o ensino da Diversidade Sexual?
Sim, lógico. Trata-se de uma luta antiga do meu companheiro Luiz Mott. Vou articular com a Secretaria Municipal de Educação a inserção desse tema na grade, ou algo transversal. O combate a homofobia começa nesse momento.

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