"Aqui estou, trinta anos depois… trinta quilos mais gordo… e depois de passar na mão de trinta bofes". Assim disse Edy Star, cantor baiano de 72 anos, ao subir no palco da Choperia do Sesc Pompeia na noite de terça (14) em São Paulo.
Edy tem uma longa trajetória na MPB e no rock nacional, tendo sido revelado no disco-coletivo "Sessão das Dez", de 1971 – capitaneado por Raul Seixas, de quem foi muito amigo. Depois, Edy gravou o disco solo "Sweet Edy", em 1974, onde explicitava sua homossexualidade e contribuía para a versão brasileira do glam rock, que lá fora explodia com artistas como David Bowie, Roxy Music e T.Rex, e que no Brasil teve como máximo expoente o grupo Secos & Molhados, que revelou Ney Matogrosso.
Posteriormente, Edy Star foi para a Espanha, onde residiu nos últimos vinte anos. Agora o cantor voltou ao país natal, e desde então vem causando sensação com seus shows hilários e eletrizantes, misturando rock, pop, e diversos estilos, salpicados pelas divertidas "bichices" perpetradas pelo cantor.
O show no Sesc Pompeia foi mais um exemplo. Edy interpretou diversos clássicos, como duas faixas de "Sessão das Dez" – a faixa-título e "Êta Vida" -, a obscura "Alfômega", de Caetano Veloso, e "Eddie Cooper", homenagem composta para ele por Gilberto Gil.
Durante o show, o cantor comentou diversas vezes sobre sua sexualidade, falando de "bofes" e experiências, além de "lamentar" a heterossexualidade de parceiros musicais que convidou para subir ao palco, como Sylvio Passos e Juliano Gauche.
Na etapa final da apresentação, Edy surgiu com um modelito inesquecível, que fazia dele uma curiosa mistura de Elton John com Aracy de Almeida e Frank N Further (Tim Curry), o protagonista travesti do clássico filme "Rocky Horror Picture Show".
Durante todo o show, Edy Star foi ovacionado pela plateia formada de fãs e jornalistas. Mesmo com sete décadas de vida, o músico mostrou que continua em forma, dominando o palco com sua presença simpática e marcante, e não deixa nada a dever a outros veteranos astros das arenas como Mick Jagger e Rita Lee. Longa vida Edy!