Ela ficou conhecida nos anos 80 com a música "O Amor e o Poder", tema de Jocasta na novela "Mandala", de Dias Gomes. Naquela época, a "deusa" Rosanah Fienngo era presença marcante em quase todos os programas de rádio e televisão. O tempo passou e Rosanah caiu no ostracismo ou, como ela prefere dizer, recusou convites para "não pagar mico".
Apesar de manter distância da telinha, Rosanah não deixou de fazer shows e estar perto dos fãs. Sem gravar um disco desde 2003, a cantora foi convidada para integrar a trilha sonora da novela "Ti ti ti" (este será seu 17° tema de novela, sendo o 11° na Globo). Assim como fez com o sucesso "Como uma deusa", a artista gravou mais um hit de Whitney Houston, "Greatest Love of All", e o dedicou ao público gay.
Nesta entrevista exclusiva, Rosanah fala de seu retorno aos holofotes e renega o rótulo de "brega" ou "trash". "Isso já acabou", diz.
Por que você ficou tanto tempo fora da mídia? Você teme o ostracismo?
O que é estar na mídia? É pagar mico na TV? Bem, se eu sumi, artistas como Caetano Veloso, Chico Buarque, também estão sumidos, porque não ficam se sujeitando a qualquer tipo de programa semanal na TV aberta "para aparecer". Acho errado esse conceito de que estar na mídia é estar na TV fazendo palhaçada. Na verdade, artistas não têm que ficar provando nada a ninguém, podem se dar ao luxo de recusar convites de programas de TV de baixa qualidade, que abordam temas apelativos e que estão mais preocupados com o ibope.
Qual é a sua identificação com o público gay?
O público gay é exigente. Não é um público fácil de se conquistar, como muitos pensam. O público gay gosta de cantoras que têm poder vocal e também da música de boa qualidade. Coisa que no Brasil a mídia não dá muita importância, basta olhar a programação das rádios. Eu me sinto lisonjeada por ser tão bem aceita por esse público. Aprendo dia a dia com eles. Tenho muitos amigos gays e amo estar com eles.
Muitos classificam sua música como "brega" ou "trash". O que você tem a dizer a respeito?
Isso já acabou. Hoje em dia, com a informação difundida na internet, está ficando bem claro que o termo "trash" cabe em outros estilos de música. Algumas marchinhas de Carnaval, por exemplo, são a coisa mais "trash" que existe, mal cantadas, mal arranjadas, apelativas e cansativas (risos).
"O Amor e o Poder" continua sendo um hit nas pistas. Você ainda ganha royalties com a música?
Sim, continuo e sinto muito orgulho e satisfação quando me chamam de deusa.
Você estará no remake da novela "Ti ti ti". Como será a sua participação?
Para mim é uma vitória ser solicitada para a trilha internacional desse remake, que vai bombar como todas as novelas dirigidas pelo melhor diretor do Brasil, que é o Jorge Fernando. Estamos em fase de mixagem da música "Greatest love of all", que foi o primeiro sucesso da diva Whitney Houston. A música foi encomendada pelo Jorge, que tem uma visão incrível para temas impactantes e que garantem o sucesso das trilhas das novelas dirigidas por ele. Foi o caso de Lovin’ You, gravado por mim para a novela Caras & Bocas. Aliás, já posso adiantar que estamos preparando remixes de house para as pistas que vão alucinar. Direcionados para o público em geral, mas que os gays vão consumir, em sua maioria.
Além de "Greatest Love of all", que outro hit regravaria para homenagear a comunidade LGBT?
A magia da música eletrônica, com remixes de DJs de bom gosto, vai ser o grande trunfo desse projeto arrojado, que já é por si só uma homenagem ao público LGBT. Outro hit que eu gravaria em homenagem aos gays seria "Tell Mama", da Janis Joplin.
Você acrescentou um "h" no seu nome e passou a usar também seu sobrenome. Por quê? Você acredita na numerologia?
Não é numerologia e, sim, uma obediência aos sinais. Todos nós temos sinais diariamente sem que a gente perceba. Tive três vezes o mesmo sonho com o meu nome escrito com o "h" no final e isso me chamou atenção, percebi que era um sinal. Gostei muito do "h", ficou charmoso.