Ela havia escrito que 'a desconstrução da família começou a partir dos anos 1950, quando o movimento feminista invadiu a sociedade'
+Palestra de pastora para prevenir e reverter homossexualidade gera revolta
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Embora tenha dito que não tem nada contra "opção" ou "escolha" sexual de ninguém, a pastora Isildinha Muradas, envolvida na polêmica divulgação de uma palestra para "reverter a homossexualidade", já havia publicado texto em que ataca esse comportamento.
Ela esclareceu que não atribuiu o polêmico título à palestra que faria em uma igreja evangélica de Belo Horizonte e culpou um colega, outro pastor, pela distorção. No site da mesma igreja, contudo, já havia insinuado que casais homoafetivos são "aberração moral".
Em 9 de outubro, Isildinha havia escrito: "Pais que reuniam os filhos, na hora do jantar, para realizar o 'culto doméstico', agora chegam cansados e preferem deitar no sofá e assistir a novelas e filmes, janelas infernais que trouxeram para dentro dos lares todo tipo de aberração moral: casais homoafetivos, adultério, sexo precoce, gravidez na adolescência, violência e muito mais".
Para a pastora, "a desconstrução da família começou a partir dos anos 1950, quando o movimento feminista invadiu a sociedade e a mulher passou a disputar espaço com o homem no mercado de trabalho. Os filhos foram os maiores prejudicados".
No perfil pessoal de Isildinha, que voltou ao ar no Facebook nesta quarta-feira, ela já havia divulgado eventos como um "Chá de Princesas", voltado aos valores que defende. Até a publicação deste texto, a pastora não havia retornado o contato da reportagem.
No vídeo em que culpou outro pastor por atribuir a ela a função de psicopedagoga, Isildinha disse: "Quanto ao segmento LGBT, quero deixar claro que não tenho nada contra a opção e escolha sexiual de ninguém. Meu papel não é julgar quem quer que seja; meu papel é orientar famílias na criação de seus filhos segundo a Bíblia Sagrada que é a palavra de Deus na qual eu acredito."
A Igreja Batista Getsêmani Missão Portugal comunicou que o evento foi adiado, ainda sem nova data. A mudança de nome, "A palestra tem por título `Orientando pais sobre a sexualidade de seus filhos` e não o título que foi erroneamente veiculado e causou a polêmica. Muitas semanas antes do ocorrido, a informação correta já estava sendo difundida nas redes sociais", diz nota de esclarecimento.
O Ministério Público do Estado de Minas Gerais divulgou nota de repúdio à discriminação com base em orientação sexual. No texto, o órgão "externa sua preocupação com o disseminação de ações tendentes a tratar a homossexualidade como um aspecto negativo da personalidade e disseminar a discriminação".