Em um cenário de incertezas políticas e preocupações com os direitos LGBTQ+, Eli Brooks, um homem trans, e Jacy Royal, uma mulher cis, decidiram apressar seu casamento e trocar votos em uma cerimônia íntima no Hampton Park, em Charleston, Carolina do Sul, no mês de dezembro. Originalmente planejada para a primavera de 2025, a união foi antecipada devido ao receio da oposição aos direitos trans na próxima administração, que será liderada por Donald Trump, um ex-presidente conhecido por suas políticas controversas em relação à comunidade LGBTQ+.
Brooks e Royal expressaram que a decisão de se casar agora foi motivada pela urgência de garantir seus direitos legais e proteção mútua em um ambiente onde a segurança de suas identidades e relacionamentos pode ser ameaçada. “Foi uma decisão agridoce, mas estou feliz de estar casada”, afirmou Royal. A cerimônia foi oficiada por Steven Willard, um residente de Charleston que se tornou um ministro para ajudar amigos LGBTQ+ a se casarem.
Willard se ofereceu para oficiar casamentos gratuitamente para casais LGBTQ+ que quisessem se casar antes da posse de Trump, reconhecendo o clima de medo e incerteza sobre o futuro dos direitos civis. Ele incentivou casais a se unirem agora, afirmando: “Vamos garantir que você esteja casado e você pode encomendar o bolo depois”. Essa oferta foi amplamente divulgada nas redes sociais, resultando em um número significativo de casais buscando união antes da data crítica de 20 de janeiro de 2025.
O casamento entre Brooks e Royal é emblemático de um movimento maior entre casais LGBTQ+ na Carolina do Sul, que sentem que seus direitos podem ser ameaçados por mudanças políticas. Embora o casamento entre pessoas do mesmo sexo seja um direito federal, muitos temem que decisões judiciais possam reverter esse progresso. A Constituição da Carolina do Sul ainda define o casamento como a união entre um homem e uma mulher, e há preocupações de que o novo governo possa buscar reverter os avanços conquistados.
Os casais expressaram um desejo de se proteger legalmente, buscando garantir que seus casamentos sejam “garantidos” mesmo que a decisão Obergefell v. Hodges, que legalizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo, seja contestada. A advogada Colleen Condon, que lutou contra a proibição do casamento entre pessoas do mesmo sexo na Carolina do Sul, alertou que, embora não haja sinais imediatos de que os direitos de casamento serão atacados, é possível que haja retrocessos ao longo do tempo.
Angel Lee, uma celebrante de casamentos de Columbia, também se ofereceu para realizar cerimônias gratuitas, destacando a importância do amor e da união em tempos de incerteza. Com mais de 150 pedidos recebidos após sua postagem nas redes sociais, ela reafirmou seu compromisso em ajudar casais LGBTQ+ a se casarem antes que a nova administração assuma o poder.
A situação atual é um lembrete de que, embora o amor e a união sejam fundamentais, a luta pela igualdade e pelos direitos civis deve continuar. A comunidade LGBTQ+ permanece vigilante e unida, pronta para defender seus direitos e garantir que o amor sempre prevaleça.
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