Diante de um projeto que visa considerar família apenas casais heterossexuais, o casal João Amâncio e Edson Torres resolveu revelar a história de amor, união e solidariedade ao jornal A Cidade, de Ribeirão Preto.
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Eles, que estão juntos há 24 anos e trabalham como cabeleireiros, comemoram oito anos de adoção de quatro filhos. No total, eles têm sete – Edson já era pai de três do antigo casamento com uma mulher.
A filha Suellen, a mais velha dos quatro irmãos adotados, diz que eles a surpreenderam. "Eu via todo mundo indo embora do abrigo e a gente ficando lá. Meus pais apareceram quando eu já havia perdido as esperanças", declara.
Ela tinha 10 anos quando foi adotada. Bruna estava com 8, Willian com 5 e Olga tinha 4 anos. Segundo João, nunca houve problemas por formarem uma família com dois pais. "Nós respeitamos a sociedade e somos respeitados. Nunca tivemos problemas".
Beatriz entrega que foi chamada de "louca" por uma colega quando disse que tinha dois pais. "Expliquei que ela achou estranho porque o normal são as crianças nascerem da barriga da mãe. Disse que ela deveria explicar que é adotada, e tudo se resolveu".
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O filho biológico Paulo Augusto contou que nunca teve problema com a sexualidade e outros irmãs. "Eu cresci com eles. Sempre entendi que é normal", afirma o jovem de 22 anos, que também escolheu a profissão do pai. "Ele é a minha base. Me deu tudo o que tenho: educação, profissão e família".
No fim deste mês, o casal finalmente vai comemorar a união casando-se no civil e comemorando com um almoço em família. "Queremos que todos venham".
Tristeza
Ao comentarem a morte do estudante Peterson Ricardo de Oliveira, que foi agredido em uma escola de São Paulo nessa seamana, os pais se indignam: "É uma barbaridade. Precisamos mudar esse preconceito e ter penas mais severas para ele".