Em um episódio que suscitou ampla discussão nas redes sociais, um casal gay foi alvo de uma controversa recusa de serviço por parte do Jurgenfeld Ateliê, empresa especializada na confecção de convites de casamento, localizada no interior de São Paulo. O caso ganhou notoriedade quando Henrique Nascimento, um dos noivos, utilizou a plataforma X para divulgar prints que mostram a empresa negando realizar o serviço devido à orientação sexual do casal.
Segundo o relato de Henrique, a resposta do ateliê foi explícita em não produzir “convites homossexuais”, o que ele classificou como um ato de discriminação. “É com grande decepção que expressamos nossa profunda insatisfação com a recusa em fornecer serviços para o nosso casamento, simplesmente por sermos um casal homossexual”, desabafou ele em um post que rapidamente viralizou.
Em resposta à repercussão negativa, a empresa emitiu uma nota de repúdio, posteriormente deletada, onde defendeu sua decisão com base em “princípios e valores cristãos”, negando que se tratasse de homofobia. A nota também mencionava a existência de uma suposta “heterofobia”, sugerindo um preconceito contra heterossexuais, o que adicionou mais lenha à fogueira do debate público.
“Existe ‘heterofobia’? Está aí uma pergunta que deveria ser introduzida nos livros de filosofia deste século (…) Hoje, chegamos ao nosso ápice. Não aguentamos mais ter que aguentar tantas críticas e questionamentos sobre o fato de não realizarmos casamento ou eventos homossexuais”, afirmou o comunicado do ateliê.
A questão levantada pelo Jurgenfeld Ateliê toca em um ponto sensível do direito à liberdade religiosa contraposto ao direito à não discriminação por orientação sexual, uma discussão que continua a evoluir tanto no ambiente jurídico quanto no social. O incidente destaca a persistente necessidade de diálogo e legislação que equilibre esses aspectos de maneira justa e equitativa, garantindo que nenhum direito fundamental seja diminuído ou ignorado.