Em um episódio marcado pela discriminação, uma gráfica conhecida como Jurgenfeld Ateliê negou-se a produzir convites de casamento para um casal gay, alegando não prestar serviços para homossexuais. O incidente ocorreu recentemente e veio à tona após os noivos decidirem expor a situação, provocando intensa reação nas redes sociais.
Henrique e Wagner, o casal envolvido, contataram a empresa com a expectativa de dar um passo importante para a celebração de seu casamento. No entanto, a resposta que receberam foi um claro exemplo de homofobia: “Oi Henrique, tudo bem? Peço desculpas por isso, mas nós não fazemos convites homossexuais. Seria bacana você procurar uma papelaria que atenda sua necessidade. Obrigado”. Tal atitude contraria frontalmente o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, que equiparou a homofobia ao crime de racismo, previsto na Lei do Racismo de 1988, com penalidades que podem variar de dois a cinco anos de prisão.
Após a negativa, uma amiga do casal publicou a situação em redes sociais, gerando ampla repercussão. Em resposta, os proprietários da gráfica publicaram um vídeo alegando ser vítimas de “heterofobia”, termo que utilizaram para descrever sua percepção de ataque por manterem sua postura discriminatória. “Hoje foi a gota d’água. Nós dissemos que não, que não iríamos realizar nenhum tipo de casamento homossexual e fomos, de certa forma, retaliados por um casal que não aceitou a nossa posição”, afirmaram no vídeo que posteriormente foi apagado.
A controvérsia gerada reacende o debate sobre a persistência da homofobia na sociedade e as consequências legais que empresas podem enfrentar ao discriminarem pessoas com base em sua orientação sexual. Henrique e Wagner, por sua vez, anunciaram que registrarão um boletim de ocorrência contra a empresa, evidenciando não apenas a luta pessoal contra a discriminação, mas também a importância da garantia dos direitos civis.
A equipe de reportagem tentou contato com a Jurgenfeld Ateliê para obter um posicionamento oficial, mas até o momento da publicação deste artigo, não houve retorno. O espaço segue aberto para futuras declarações da empresa. Este caso sublinha a importância de continuar a luta contra a homofobia e a necessidade de respeitar e celebrar todas as formas de amor.