Apesar do projeto de lei que permite adoção de menores por casais homossexuais não ter sido aprovado ainda, o primeiro casal gay a ter sua união legalizada perante a Justiça do Uruguai vive, atualmente, com três crianças adotadas.
As crianças – uma adolescente de 14 anos, um menino de 12 e um bebê de sete meses – estão sob a guarda de apenas um dos companheiros, dentro de uma situação prevista pela lei que permite qualquer pessoa solicitar a guarda de um menor, sempre e quando tenha possibilidades além das condições atuais vividas por estes.
Segundo Richard Mello, 46 anos, um dos integrantes do casal, nos três casos as crianças estavam em condições precárias. Os pais biológicos do menino de 12, por exemplo, "não tinham possibilidades econômicas de mantê-lo. O pai estava na prisão, depois foi assassinado, e a mãe se prostituía", afirmou o rapaz à agência Ansa.
"Nunca vamos separá-los do núcleo familiar, porque temos direito de saber sobre nossas raízes", afirmou Richard, que disse possuir uma família com todas as obrigações e satisfações que ela traz. "Nos gostamos muito, há muito diálogo entre nós.”
Os adolescentes foram submetidos a exames psicológicos, apresentando estabilidade psicoafetiva e um desenvolvimento integral adequado para suas idades. "Isso é uma família, nós estamos permanentemente com nossos filhos", completou Richard, companheiro de Walter Martínez, 31 anos.
O casal, primeiro amparado pela lei 18.426 de 2007 – que possibilita a casais que estejam juntos há pelo menos cinco anos, independente de sua orientação sexual, sejam considerados em uma união estável -, afirmou recente que fará uma festa para comemorar os 12 anos de relacionamento no próximo dia 19/04.
Um polêmico projeto de lei, em estudo no Senado do Uruguai, habilita a adoção a pessoas que convivem juntas há mais de quatro anos, sem importar sua situação legal. O casal demonstrou o interesse em adotar juntos as crinaças.
