O inquérito que investigava o assassinato de João Antônio Donati, adolescente assumidamente gay de 18 anos, há um mês, em Inhumas, Goiânia, foi concluído nesta sexta-feira (10). E comprovaram as investigações prévias da polícia.
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Juntamente com o inquérito, a Polícia Civil também divulgou um vídeo em que mostra vítima e o acusado, Andrie Maycon Ferreira da Silva, de 20 anos, indo ao terreno baldio onde aconteceu o crime.
Pelo vídeo, é possível ver o momento em que João e o acusado entram no terreno, que está localizado atrás de um ginásio de esportes. Eles permanecem durante 1h15 no terreno e, de acordo com peritos, é possível vê-los em ato sexual.
"Depois desse tempo, ele (acusado) deixa o lote sozinho. Ele ainda volta outras três vezes para procurar os documentos e a sandália que ele havia deixado no local", disse o delegado Humberto Teófilo, descartando a participação de outras pessoas no crime.
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O laudo do Instituto Médico Legal (IML) aponta que João lutou com o agressor antes de morrer e que ele possuía diversos hematomas pelo corpo. Ele morreu vítima de asfixia por papéis e sacos plásticos e não possuía nenhuma fratura pelo corpo.
O acusado foi indiciado por homicídio duplamente qualificado em razão de motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. A pena pode chegar a 30 anos. O delegado não acredita que o crime tenha caráter homofóbico, mas amigos, familiares e ativistas acreditam que o preconceito está presente no assassinato.
Afinal, embora Andrie tenha mantido relações com João, ele não se considera gay e revela que matou depois que o jovem quis "inverter os papéis".
Veja imagens:
Imagens de João Donati e acusado