Na próxima quinta-feira, 13 de dezembro, no Centro Cultural Funarte, em Brasília, começa a temporada de três dias (13, 14 e 15) do espetáculo “Cássia, Ele e as Margaridas que falam”, homenagem do ator Vinícius Ferreira e da Urutu Companhia de Arte à cantora Cássia Eller que faleceu em dezembro de 2001, vítima de uma parada cardíaca.
É o próprio Vinícius que interpreta a cantora com a apresentação de vinte músicas, projeções de entrevistas com os músicos da última formação da banda (material exclusivo) e um misto de canções, artes cênicas e cinema com a demonstração de diversos ângulos da vida de Cássia Eller.
Foram dois anos de pesquisas, ensaios, entrevistas com as pessoas que conviveram com a cantora e um acompanhamento especial de Maria Eugênia, ex-companheira de Cássia na elaboração deste processo de criação.
O mês de dezembro foi escolhido para a estréia nacional da obra por ser o mês do aniversário (10/12/1962) e da morte (29/12/2001) de Cássia. Músicos, amigos, a ex-companheira, Maria Eugênia, e Francisco Eller, o “Chicão”, filho da cantora, já confirmaram a presença no espetáculo.
A obra está sob a direção-geral de Arthur Curado e a pré-estréia acontece hoje. O Dykerama.com conversou com o ator Vinícius Ferreira, que reviverá Cássia Eller no palco da Funarte, em Brasília. Confira a entrevista:
Dykerama – Como surgiu esta idéia de homenagear Cássia? Como começou e quem está envolvido neste trabalho?
Vinícius – Em dezembro de 2003, eu estava hospedado na casa de uma prima, na rua das Laranjeiras, no Rio. Num dia triste de chuva, resolvi ver um filme ao invés de ir à praia. Na prateleira da sala de TV estava o DVD “Com Você… Meu Mundo Ficaria Completo”, o primeiro da Cássia.
É claro que o filme ficou pra depois! Ao assistir durante algumas horas a performance dela naquele palco, resolvi: Eu quero ser Cássia Eller! Daí em diante foram quatro anos de muito namoro até gerarmos o “Cássia, Ele e as Margaridas que Falam”.
Essa equipe maravilhosa foi formada ao longo desses quatro anos. Um a um foram se apaixonando pelo projeto. Quando percebi, tínhamos mais que uma banda. Éramos uma trupe.
Dykerama – Há quanto tempo você está produzindo este espetáculo?
Vinícius – De produção executiva foram sete meses.
Dykerama – Preciso perguntar se você é fã de Cássia? O que ela significa para você?
Vinícius – Sou! Sempre fui! Desde quando a escutei pela primeira vez. Hoje, ela é minha amiga e minha amante.
Dykerama – Você a conhecia?
Vinícius – Tenho a sensação que sempre a conheci. Mas nunca sentamos juntos em um bar.
Dykerama – Como está sendo este desafio de encarnar Cássia Eller numa obra?
Vinícius – É uma pedrada! A Cássia não tinha somente uma voz incrível. Ela era um doce! Todos têm uma opinião sobre ela. Podem até não curtir o jeitão dela no palco, mas sempre dizem alguma coisa.
Ninguém passa imune por Cássia Eller. Então, você pode imaginar a expectativa que se formou em torno do espetáculo.
Dykerama – Você enfrentou alguma dificuldade por ser um homem interpretando a Cássia?
Vinícius – Nenhuma sequer. Homem-mulher, mulher-homem… Ela me escolheu e eu aceitei!
Dykerama – É verdade que você entrou em contato com a Maria Eugênia?
Vinícius – Precisava contar a ela sobre essa história de um homem ser a Cássia Eller. Queria que ela entendesse essa homenagem. Então fomos ao Rio encontrá-la.
Ela não só nos recebeu com muito carinho, como nos deu a benção que necessitávamos para tocar adiante o projeto.
Dykerama – Em que consiste este espetáculo?
Vinícius – Em música, teatro e cinema! É um espetáculo-show. Tem todo um formato de show. Somos três músicos, três violões e muito rock and roll.
Só que em todo o tempo eu sou a Cássia. Aí está o teatral. E para brindar essa festa, a exibição de um material audiovisual, inédito, com depoimentos dos músicos que tocaram com a Cássia nos últimos anos.
Dykerama – O que você pretende com esta obra?
Vinícius – Falar de amor e de delicadeza!
Dykerama – É verdade que Maria Eugênia, Francisco e alguns músicos da banda irão prestigiar o evento? Quando?
Vinícius – É, vai ter muita gente querida por perto.
11 – Porque o nome “Cássia, Ele e as Margaridas que falam?
Vinícius – A Cássia, parafraseando Cartola, disse uma vez: “As rosas não falam, mas as margaridas sim!”.
Então pensei: seremos três, Cássia, Eu e as Margaridas! Quero deixar ao público a imagem de uma Cássia Eller que pouco se comenta. O vulcão sereno! A mulher que me ensinou o delicado da vida.
Serviço
Espetáculo “Cássia, Ele e as Margaridas que falam”. Sala Cássia Eller – Complexo Cultural da Funarte. R$ 10. Para mais informações ligue para (61) 9658-2111 ou (61) 8156-8915.