Pode-se dizer que Catherine Opie está para as lésbicas, assim como Robert Mapplethorpe (célebre documentarista da cena sadomasoquista) está para os gays. O trabalho dessa fotógrafa americana, nascida no estado de Ohio e cujo repertório é um dos mais relevantes da atualidade, especializou-se em retratar temas muitas vezes incompreendidos e pouco explorados, como a mudança de sexo e determinados grupos minoritários, especialmente os homossexuais.
Até janeiro, uma amostra do trabalho da artista estará em cartaz no museu Guggenheim, em Nova York. “Catherine Opie: American Photographer” reúne algumas das séries de instantâneos mais importantes da sua carreira, entre elas retratos e paisagens urbanas que questionam os conceitos do comum, do sexual e da identidade cultural.
A exposição traz seus “Portrait series” (1993-1997), dedicadas à comunidade underground de San Francisco e Los Angeles. O resultado é uma visão assumidamente queer da realidade, uma crítica ácida porém necessária do nosso dia-a-dia e da evolução da idéia de família nos tempos atuais.
Pouco conhecida do público brasileiro, o trabalho da artista pôde ser visto na abertura da série “The L Word”. Lésbica assumida, mãe e professora, Catherine Opie tem particular interesse pela cena leather, assim como Mapplethorpe. Atualmente, a artista desenvolve o projeto “Girlfriends”, que explora idéias de desejo através do retrato de lésbicas masculinizadas. Outra série fotográfica de destaque é “Domestic” (1999), que retrata casais lésbicos em seus lares.
Catherine Opie já teve suas fotografias expostas no Centre Georges Pompidou, em Paris, e na Bienal Internacional de Melbourne, na Austrália, em 2000. Hoje ela mora e trabalha em Los Angeles.
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