No dia 2 de fevereiro de 2025, os funcionários dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos receberam uma ordem para retirar artigos científicos que estivessem sob consideração para publicação em revistas médicas. Esses documentos deveriam ser verificados em busca de determinados “termos proibidos”, como gênero, transgender e LGBT. Essa decisão, anunciada em um e-mail do principal oficial científico da agência, gerou uma onda de temor e confusão entre os colaboradores, que agora se veem em um ambiente de incerteza sobre como proceder com suas pesquisas.
O objetivo dessa ordem parece ser a conformidade com uma diretiva do presidente Donald Trump, que determina que o governo norte-americano reconheça apenas dois sexos: masculino e feminino. Como resultado, muitos artigos, incluindo aqueles sobre saúde pública, podem ser afetados, uma vez que geralmente incluem dados demográficos que mencionam gênero.
Dr. Alfredo Morabia, editor-chefe do American Journal of Public Health, expressou sua preocupação, afirmando que a interferência do governo na terminologia científica é uma violação dos direitos constitucionais. Além disso, especialistas em saúde pública alertam que essa censura pode ter consequências negativas na prevenção e tratamento de doenças como o HIV, ao ignorar populações vulneráveis.
Os termos que estão sendo alvo dessa censura incluem, mas não se limitam a: “gênero”, “transgênero”, “pessoas grávidas”, “LGBT”, “não-binário”, entre outros. Essa lista abrangente levanta questões sobre a liberdade acadêmica e a integridade da pesquisa científica, especialmente em tempos em que o combate a doenças infecciosas requer um entendimento claro e inclusivo de todas as populações.
Entidades e defensores da saúde pública estão se mobilizando para preservar dados e informações que possam ser afetados por essa nova política, temendo que a omissão de certos termos prejudique a pesquisa e a eficácia das intervenções de saúde pública. A situação atual no CDC reflete uma luta maior pela liberdade de expressão e pela inclusão das diversidades de gênero e sexualidade nas discussões científicas e de saúde.
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