O ano de 2024 é marcado por um significativo tributo ao centenário de Amílcar Cabral, um dos mais proeminentes líderes revolucionários da África, cuja luta pela independência de Cabo Verde e Guiné-Bissau continua a ressoar globalmente. Diversos eventos foram realizados em várias partes do mundo, incluindo conferências, exposições e publicações em países como Cabo Verde, Guiné-Bissau, Portugal, Brasil e Estados Unidos. A Universidade Paris Sorbonne, em particular, sediou um colóquio no dia 21 de novembro, reunindo intelectuais para discutir o legado de Cabral.
Durante o colóquio, a professora de filosofia Luísa Semedo apresentou um trabalho que explorou ‘a herança de Amílcar Cabral na luta afro queer’, enfatizando como os princípios de Cabral ainda inspiram movimentos contemporâneos que buscam a desconstrução de preconceitos de gênero e promovem a luta pela humanidade. A interseccionalidade da identidade afro queer foi um ponto central, mostrando como essa identidade complexa vai além de uma mera justaposição de opressões.
Djamila Cabral, sobrinha de Amílcar Cabral, compartilhou memórias e destacou a importância de buscar objetivos comuns em vez de interesses pessoais, uma lição valiosa que permanece relevante para os desafios atuais enfrentados pelo continente africano. Ela também lançou a reedição do livro ‘Luís Cabral, Crónica da Libertação, 2024’, que narra a luta pela independência sob uma nova luz.
Filinto Silva, um escritor cabo-verdiano, abordou a importância do centenário de Cabral, elogiando a iniciativa da UNESCO de estabelecer um dia em sua homenagem no calendário de 2024. Ele ressaltou que a obra de Cabral possui uma visão futurista que transcende seu tempo.
A antiga ministra francesa Elisabeth Moreno destacou a relevância de Cabral não apenas para a história africana, mas também para a diáspora africana, reconhecendo que sua luta permitiu que as comunidades africanas ao redor do mundo pensassem e construíssem seu futuro. A mensagem de Cabral sobre a luta libertadora e a emancipação continuou a inspirar muitos, mostrando que as ideias têm o poder de transformar realidades.
As celebrações do centenário de Amílcar Cabral não apenas relembraram seu impacto histórico, mas também uniram acadêmicos, artistas e ativistas em um reconhecimento coletivo de sua contribuição para a resistência, justiça social e unidade africana. O legado de Cabral é um lembrete poderoso de que a luta pela liberdade e dignidade é uma tarefa global que continua a ser relevante para todos, especialmente para as comunidades que ainda enfrentam opressões e desigualdades.
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