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Centro de Refêrencia explica: burocracia não é só do governo federal

Depois da matéria “Centro de atendimento GLBT de SP fica sem verbas ao completar 1 ano” ser publicada nessa quarta-feira, no site A Capa, o Centro de Referencia em Direitos Humanos de Prevenção e Combate à Homofobia enviou uma carta à nossa redação pedindo que publicássemos uma errata, “devido a matéria estar causando mal estar em Brasília, por conta de alguns trechos referentes à falta de verba, burocracia e precariedade do Centro de Referência”.

O CR afirma que: “A falta de recursos dá-se, claro, pela burocracia, porém burocracia esta de ambos os lados, que neste um ano de convênio aprendemos a contornar para garantir sempre o melhor e mais pronto atendimento, visando a qualidade e o combate à homofobia. Assim, não se deve dar a impressão, como faz a matéria, de que o culpado é nosso parceiro de Brasília, pelo contrário, ambos os lados correm para contornar suas burocracias."

Ainda segunda a nota, outro trecho deve ser corrigido: "Segundo, precariedade não é o melhor termo a ser empregado para o excelente trabalho realizado pelo Centro de Referência nesse um ano. Entendemos que essa palavra dá uma má impressão do nosso centro, o que não nos ajuda em nada nesse nosso pleito de renovação do convênio. Assim, propomos uma alteração com o intuito de enaltecer todo o trabalho que foi construído, sim, a duras penas, durante esse um ano, mas que nem por isso mancha a nossa imagem e diminui nossas conquistas. Nesse período o centro quase dobrou o número de casos apresentados à Secretaria de Estado de Justiça e Defesa da Cidadania, pela Lei nº 10.948/01, conseguiu avanços junto ao Exército, progrediu na questão dos GLBTT em situação de rua, capacitou o Poupa-Tempo e está garantindo a capacitação de mais 6 mil funcionários desta instituição”.

Vale ressaltar que o site A Capa não quis, com a matéria, desmerecer o trabalho de ninguém. Pelo contrário. Como imprensa, é nossa responsabilidade mostrar como a burocracia governamental muitas vezes atrapalha bons projetos.

O Centro de Referência funciona em duas pequenas salas no mesmo prédio onde está sediada a Comissão Municipal de Direitos Humanos. Conta com aproximadamente meia dúzia de computadores e poucos funcionários, sendo que a maioria é composta por estagiários. Talvez precariedade não seja mesmo uma boa palavra para descrever o Centro de Referência ao relatar o empenho de seus funcionários. Mas não podemos negar que falta verba para a realização de mais parcerias, maior divulgação das atividades e até para a contratação de mais funcionários.

É papel de a imprensa divulgar essas informações para que a opinião pública tome conhecimento do que acontece. Além de cobrar que políticas públicas destinadas ao público GLBT sejam cada vez mais eficientes e mais inclusivas.

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