O rapper Frank Ocean falou pela primeira vez sobre sua decisão em assumir a homossexualidade. O fato aconteceu em julho, depois que o artista postou uma carta na rede social Tumblr.
Em entrevista à revista GQ, o rapper contou que, no dia em que publicou o desabafou, chorou como um bebê.
“Foi como se toda a frequência de repente tivesse mudado na minha cabeça. Como se todos os receptores estivessem recebendo um sinal diferente, e eu estava feliz. Não me sentia feliz assim há muito tempo. Desde então, já fiquei triste novamente, mas de uma forma totalmente diferente. Há algo de mágico na verdade, na honestidade e em estar aberto”, declarou.
Ocean resolveu sair do armário depois que um jornalista, ao escutar as músicas do seu recente álbum – Channel Orange – , afirmar de forma pejorativa que em algumas letras de suas canções existiam pronomes masculinos, remetendo a uma paixão por outro homem.
Na época, o rapper ainda foi acusado de usar sua orientação sexual como forma de se autopromover. “Algumas pessoas disseram: ‘Ele está dizendo que se apaixonou por um cara por marketing’. Como se essa fosse a melhor propaganda que você pode fazer no hip-hop ou na música negra”, pontuou.
Ainda durante a entrevista, Ocean afirmou que não tentou e não precisa se rotular. “Não sou encarte de revista. Não estou tentando vender sexo. Não preciso me rotular para que isso tenha impacto. As pessoas percebem que tudo o que eu digo é muito relacionável, porque quando você fala em amor romântico, os dois lados sentem a mesma coisa.”
Questionado se sentiu alguma pressão da industria da música para que não se assumisse, o rapper desabafa. "Você vai encontrar menos resistência na vida se disser que namora meninas. O medo faz a sua força, você não se sente inteligente nem capaz, você simplesmente se sente quebrado, e não apenas o coração. Uma pessoa quebrada”, concluiu.