O Núcleo de Mulheres do Grupo Arco-Íris (GAI) convida para o lançamento do mais novo livro da escritora mineira Cidinha da Silva, “Os nove pentes D’África”, que marcam a estreia de Cidinha na literatura infanto-juvenil, e o Núcleo de Mulheres do GAI convida a todas as lésbicas, mulheres trans e a todas as pessoas que estejam no Rio de Janeiro neste verão a trazer suas crianças e adolescentes para conhecer a obra da escritora. Nesta obra, tradição e contemporaneidade tecem poesia e surpresa na tela de uma família negra brasileira. Os pentes herdados pelos nove netos de Francisco Ayrá são a pedra de toque para abordar a pulsão de vida presente nas experiências das personagens e rituais cotidianos da narrativa.
O livro cativa pela descrição minuciosa do universo das relações familiares, pela reverência à sabedoria dos mais velhos e à ancestralidade africana. A motivação criadora, segundo Cidinha da Silva, veio de casa, dos pequenos da família.
Com um texto pautado pela emoção, em que a prosa a cada linha é pura poesia, a mais recente obra literária de Cidinha da Silva terá, com certeza, leitura disputada pelas pessoas adultas. A história construída em 56 páginas, com ilustração da atriz e artista plástica Iléa Ferraz, é lançamento da Mazza Edições, editora de Belo Horizonte, Minas Gerais.
A publicação será apresentada na próxima quinta-feira, dia 21 de janeiro, na sede do Grupo Arco-Íris, a partir das 19h. Após a apresentação do livro, será servido um coquetel às pessoas presentes. O Grupo Arco-Íris fica na Rua do Senado, 230 – cobertura.
Serviço:
O que é: Lançamento do livro de Cidinha da Silva: Os nove pentes D’África
Quando: quinta-feira, dia 21 de janeiro de 2010
Horário: 19h
Onde: Grupo Arco-Íris, Rua do Senado, 230 – cobertura
Cidinha da Silva – cidinha.tridente@gmail.com
www.cidinhadasilva.blogspot.com
A orelha do Pentes!
“Cidinha da Silva é uma amiga minha que escreve como quem trança ou destrança cabelos e nos presenteia com pentes presentes cheios de passado que nos ajudam a destrinçar o futuro. Seus pentes são pontes de compreensão entre o que somos nós negros brasileiros agora, nossos avós recentes e os tais ancestrais africanos. E pontes entre nós e nossos filhos e sobrinhos, os que vêm depois de nós. Compreensão aqui que eu digo é aquele entendimento afetuoso, apaixonado até e cheio de compaixão no sentido de gratidão pelo que se é. Pelo que nós somos: família, solidariedade e contradição na difícil tarefa de encontrarmos, cada um, nosso papel de levar adiante a história coletiva e ao mesmo tempo afirmar o traço intransferivelmente pessoal do indivíduo. Estar com a mãe e nascer, ser da famíla e ir embora, constituir a sua própria (que ainda é a mesma). É aí que mora o penteado: saber qual é o pente que te penteia. Para os mais jovens, a quem se destina a princípio este livro, mas também para os nem tão jovens assim são generosas as pistas sopradas ao nosso ouvido por essa contadora de história. Escutadora atenta, agora vem a griot nos atentar doce e profundamente. Vem aqui nos alentar deschavando nós e nos ajudando a achar laços nesse desconchavado mundo. Vem reforçar nossas ligações básicas, comunitárias, domésticas. É tão certeiro e tão bem-vindo esse livro que lê-lo me encheu de orgulho e admiração. Pelo tema e pela forma. Sei que os próximos leitores de “Pentes” sentir-se-ão gratos a Cidinha da Silva, como eu”. (Chico César, compositor).