O cineasta Sudhanshu Saria, que fez sua estreia na direção com o aclamado filme ‘Loev’, voltou a explorar narrativas queer em seu recente curta-metragem ‘TS’. Em uma conversa, Saria revelou que sua decisão de retornar a esse gênero foi impulsionada pela necessidade de contar histórias que vão além das tradicionais narrativas de aceitação. ‘TS’ oferece um olhar íntimo sobre um casal que tenta reatar seu relacionamento, abordando temas contemporâneos de maneira mais profunda e realista.
Após o sucesso de ‘Loev’, que explorou a complexidade das relações entre amigos do mesmo sexo, Saria não queria se limitar a um único tipo de filme. Ele dirigiu projetos variados, incluindo o drama social ‘Sanaa’ e a série ‘Big Girls Don’t Cry’, antes de decidir que era hora de revisitar as histórias que o definiram como cineasta. ‘Foi uma escolha consciente me afastar do cinema queer por um tempo. Mas ao celebrar 10 anos de carreira, voltei a esse universo com ‘TS’, porque o roteiro me tocou muito’, afirmou Saria.
O curta, disponível no YouTube, foi escrito e dirigido por Arvind Caulagi e conta com a atuação de Ullas Samrat e Rohit Mehra. Saria destacou que as narrativas de ‘aceitação societal’ já foram amplamente exploradas e que há uma necessidade urgente de uma representação mais nuançada das identidades queer. Segundo ele, é desanimador repetir a mesma história de luta pela aceitação em um mundo que já enfrenta muitos desafios. Por isso, ‘TS’ foca nos relacionamentos de longo prazo, mostrando como um casal lida com as complexidades de sua vida a dois, algo que qualquer um pode relacionar-se, independentemente de sua orientação sexual.
Ele também mencionou a importância de ter Richa Chadha e Ali Fazal como apresentadores do filme, ressaltando que a colaboração de um casal heterossexual em um romance queer traz um olhar mais amplo sobre relacionamentos, sem se prender à sexualidade. Samrat, um dos protagonistas, enfatizou que a narrativa foi criada para ressoar com o público e desafiar representações estereotipadas de identidades queer. A abordagem foi holística, buscando entender as nuances humanas que permeiam todos os relacionamentos, mostrando que a essência de uma boa história transcende a sexualidade dos personagens.
Saria enfatizou que a representação de histórias que retratam as alegrias e desafios cotidianos do amor é crucial, já que essas experiências podem ser universais. Ele fez analogias com filmes como ‘Brokeback Mountain’ e ‘Call Me By Your Name’, que, embora centrados em relacionamentos do mesmo sexo, falam sobre amor de uma forma que todos podem compreender.
Essa nova abordagem de Saria em ‘TS’ promete não apenas entreter, mas também provocar reflexões sobre a diversidade nas relações humanas, reafirmando que a verdadeira essência de um filme reside na qualidade da história que é contada, independentemente da sexualidade dos protagonistas.
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