O cinema brasileiro vive um momento histórico com a indicação do filme “Ainda Estou Aqui” ao Oscar 2025, na categoria de Melhor Filme. Esta é a primeira vez que uma produção totalmente brasileira conquista tal feito, além de também concorrer a Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz. O longa, dirigido por Walter Salles, aborda a dolorosa história da ditadura militar no Brasil e a busca de Eunice Paiva, interpretada por Fernanda Torres, por seu marido desaparecido durante esse regime opressivo. O filme já tem sido comparado ao aclamado “Parasita” (2019), que fez história ao se tornar o primeiro longa de língua não inglesa a vencer o Oscar de Melhor Filme.
A narrativa de “Ainda Estou Aqui” é baseada em eventos reais e destaca a repressão política, apresentando uma performance emocionante de Fernanda Torres, que é vista como uma forte concorrente ao Oscar de Melhor Atriz. A atuação da atriz, repleta de carga emocional e profundidade, foi moldada por uma pesquisa intensa sobre o contexto histórico e as vivências das mulheres que enfrentaram a repressão.
A trajetória do filme nos festivais internacionais foi notável, com destaque para sua recepção calorosa no Festival de Cannes, onde foi aplaudido de pé, e sua indicação ao Leão de Ouro no Festival de Veneza. Esses reconhecimentos ajudaram a solidificar a campanha do filme para o Oscar, aumentando as expectativas em torno de sua performance na premiação.
A indicação de “Ainda Estou Aqui” ao Oscar de Melhor Filme é um marco para o cinema brasileiro, que ao longo dos anos teve produções indicadas na categoria de Melhor Filme Internacional, mas nunca havia chegado à disputa principal. Momentos significativos do Brasil em edições anteriores do Oscar incluem “O Pagador de Promessas” em 1963 e “Central do Brasil” em 1999.
Com a possibilidade de vencer, a expectativa é alta e o mundo do cinema aguarda ansiosamente a cerimônia do Oscar 2025, que pode trazer um novo capítulo para a história do cinema brasileiro. Se Fernanda Torres conquistar o prêmio, ela se tornará a primeira atriz brasileira a receber um Oscar, seguindo as pisadas de Fernanda Montenegro, que foi indicada em 1999. Assim, “Ainda Estou Aqui” não é apenas uma obra cinematográfica, mas um símbolo de resistência e luta por justiça, que ecoa as vozes dos que lutaram e continuam lutando por direitos e reconhecimento.
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