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Claudia Wonder critica briga na formação de Conselho Estadual LGBT em SP

Claudia Wonder declarou a reportagem do A Capa que ficou "passada" ao ler a matéria que foi ao ar ontem a respeito do lançamento do Conselho Estadual LGBT. Como reportado aqui, não houve consenso entre os ativistas presentes a respeito da representação dos personagens no conselho: se seria a partir das letras (LGBT), ou pela identidade de gênero: masculino e feminino.

À reportagem ela disse que não concorda com a ideia de que a representação seja pelo gênero. "Tem que ter representante sim, jamais me sentiria representada por uma pessoa que não fosse travesti", desabafa Wonder. Segundo a artista o "gay não vive como a travesti e não passa pelo mesmo preconceito".

Claudia também refutou o argumento de que a representação pelas letrinhas LGBT seja ultrapassada. "Antiga é a ditadura", argumenta Claudia, que foi conselheira municipal no governo da ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP). Segundo ela, cada representante da respectiva letra "sabe exatamente onde o calo dói". Para Claudia, essa briga esconde "interesses políticos" e a representação por identidade de gênero "seria andar pra trás".

A respeito de sua ausência na reunião onde o Estado debateu com militantes a questão da representação, Claudia revelou que não foi convidada. "Eu fiquei sabendo pela matéria", reclama Claudia Wonder. Apesar de todo o clima em torno da proposta, Claudia disse que acredita no funcionamento do Conselho Estadual. "Se não for para fazer pose ao lado de político, funciona", alfineta.

Muita gente pode desconhecer, mas, Claudia Wonder, que ficou conhecida nos 80 e 90 por suas performances musicais, tem também atuação com ativismo LGBT. Ela lembrou a reportagem que foi suplente do primeiro conselho LGBT da cidade de São Paulo que funcionava dentro do Orçamento Participativo (OP). "Lá havia uma demanda que chamava ‘Segmento Vulnerável’", recorda.

Participavam desse conselho Claudia Wonder, Jaime Camargo e Yáscara Guelpa. Claudia lembra que projetos como o Conselho Municipal LGBT e o Centro de Referência da Diversidade (CRD), foram criados na época do OP. A entrevistada assume que as ideias foram implantadas. "Mas  não tínhamos o preparo burocrático para levar adiante naquela epoca".

Claudia participou das prefeituras de Marta Suplicy, José Serra e Kassab, quando atuou no CRD. Para ela as questões LGBT estão "caminhando pra frente". "Uma prova disso é que hoje estão pleiteando um Conselho Estadual LGBT e o nome para as travestis e transexuais". Para finalizar a polêmica das representações, Claudia faz questão de deixar claro que é "mister cada um ser protagonista de sua historia".

Novos projetos

Claudia avisa que não está mais no Casarão Brasil. "Depois do meu trabalho com o CRD eu fiquei esgotada e por conta disso dei uma parada com o trabalho social". Segundo a cantora, o contato com outras realidades consumiu muito de si. "A experiência foi maravilhosa, hoje vejo a vida de outra maneira, mas isso teve um custo", revela.

"Estou com alguns projetos artísticos prontos, mas ainda não posso revelar nada", desconversa Claudia. Muita gente deve estar morrendo de vontade de ver ou rever a artista nos palcos.

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