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“Clodovil gastava mais do que ganhava”, diz advogada

O "Fantástico" exibiu ontem uma matéria sobre a situação em que se encontra os bens deixados pelo estilista e deputado federal Clodovil Hernandes, morto em março deste ano. Segundo a advogada Maria Hebe, responsável pelo testamento do deputado, a situação financeira de Clodovil já não era as das melhores.

"Sempre foi muito difícil. O Clodovil sempre gastou o que ele ganhava e mais do que ele ganhava", contou a advogada que, com a morte do deputado, passou a assumir as despesas da casa onde ele morava, em Ubatuba, no Litoral Norte de São Paulo.

Apesar de todo o patrimônio de Clodovil, a advogada não pode recorrer a estes bens enquanto o inventário não ficar pronto. Assim que a Justiça liberar os bens, a prioridade será pagar as inúmeras dívidas que ele deixou. "Comprei televisão, computador, freezer. Ajudei a montar o apartamento de Brasília. Todas as coisas que foram compradas lá foram em meu nome", disse Klaus, assessor e amigo de Clodovil.

No testamento, o deputado determinou que com os seus bens deveriam ser usados para criar uma fundação de amparo a jovens carentes.  "Como ele tem muita coisa, me ocorreu, lembra aquele leilão do Abadia (traficante colombiano preso no Brasil), que teve aí, né? Eles compravam cueca do Abadia, por que não comprariam coisas dele? E coisas lindas dele? Juntar com o que tem em Brasília, fazer um megaleilão, não sei, é uma coisa para pensar. Tudo isto, obviamente, com autorização judicial."

Peculiaridades e Luxo

Acostumado ao luxo e ao bom gosto, Clodovil mantinha uma casa bastante exuberante, regada de conforto. "Ele falava: ‘Eu vou fazer um quarto pink’. Todo mundo estranha. Mas veja, o chão é pink. Aí ele fez a colcha, o cobertor, tudo no mesmo tom", contou Maria Hebe.
Clodovil gastava 12 mil reais por mês só para manter sua casa, de oito suítes. Como deputado, recebia sete mil reais.

"Eu estou bancando isto do meu bolso. O primeiro mês havia uma conta de 1.700 reais de luz. Hoje, a gente tem só de funcionário, 5.500 reais por mês. Como é que eu vou tirar os guardas de lá? É uma casa totalmente aberta", revela a advogada.

Por ser no meio da Mata Atlântica, e ficar isolada, Clodovil sentia um certo receio de ficar sozinho em sua casa. "O Clodovil sempre foi ameaçado, ele recebia umas ligações estranhas", conta Maria Hebe.

Por isso, durante a construção da casa, foram tomadas algumas medidas. No banheiro da suíte, por exemplo, tem um banco que, na verdade, é mais do que isso. Se levantar o colchão, revela-se uma passagem secreta, na qual Clodovil poderia escapar rapidamente. Embaixo da cama, existe uma porta que, se aberta, leva a uma saída que vai dar no andar de baixo da casa.

Partilha

As pessoas mais próximas de Clodovil foram sua advogada e quatro assessores parlamentares. Entre eles, João Toledo, assessor parlamentar, que mora em Ubatuba, enviou uma carta à advogada questionando o andamento da herança. "Eu questionei qual o andamento do processo de inventário, o que está sendo feito, o que será feito com os bens", explicou João.

Para advogada, a carta foi "atrevida", pois questionou "onde estava o brinco do Clodovil, onde estavam as coisas dele".

"Eu gostaria de saber onde estão a gravata de brilhantes, os brincos de diamante. Se existir, está no cofre de Brasília, com certeza. Não posso afirmar que exista nada de errado. O que eu quero saber é o que está acontecendo", disse João.

Ninguém ainda sabe exatamente o que está dentro do apartamento de Brasília, que só poderá ser aberto depois do inventário. "Eles ficaram muito ofendidos porque eu os proibi de entrar na casa. Não foi a eles que eu proibi, eu proibi qualquer pessoa. Eu respondo por qualquer pecinha que está lá dentro", justificou a advogada.

Assista abaixo à matéria na íntegra:

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