A IGLTA – Associação Mundial de Turismo Gay e Lésbico ganhou um Embaixador no Brasil: é o gerente de vendas da TAM Viagens Clóvis Casemiro. Um dos mais importantes nomes do turismo GLBT no país, a missão de Casemiro frente à associação, que existe há 25 anos, é ampliar a visibilidade dos destinos brasileiros no exigente mercado internacional.
Com ajuda da TAM Viagens, que vem organizando uma grande agenda cultural dos eventos GLBT no Brasil, incluindo paradas, feiras e shows, Casemiro promete elevar de 3% a 5% os negócios da operadora nesse segmento em 2008. Para tanto, a TAM Viagens já selecionou hotéis simpatizantes, oferece pacotes de lua-de-mel, receptivos diferenciados e programação GLS nos destinos.
Em entrevista ao Dykerama.com, Casemiro, há 20 anos atuando no ramo, adianta sobre seus objetivos como Embaixador da IGLTA no Brasil e explica por que o país pode, em breve, se tornar uma potência no turismo gay.
Poderia me explicar quais são os objetivos da IGLTA no Brasil e no mundo?
A principal missão da IGLTA é de reunir a maior quantidade possível de empresas do setor interessadas no turismo GLS, ou seja, que tenham o foco ou tenham uma visão para atendimento desta comunidade. E através destes membros interessados poder crescer e desenvolver o turismo GLS no mundo. É um processo de network e encontros com três grandes eventos anuais mundiais. Os membros têm a possibilidade de trocar seus produtos entre empresas que já têm o interesse em comum, facilitando estas negociações e colocando mais informações nas “prateleiras” de todos. No Brasil somos somente 13 membros, mas faltavam informações no nosso idioma e de uma rede maior de network, o que será restabelecido em breve.
Você foi nomeado Embaixador da IGLTA no Brasil. Quais serão suas obrigações e objetivos como tal e o que isso muda no turismo GLS brasileiro?
Minhas obrigações como Embaixador da IGLTA no Brasil incluirão este ambiente maior de network entre as empresas brasileiras interessadas em divulgar seus produtos internacionalmente, participação em feiras e eventos, treinamento no segmento de turismo GLS, bem como de formatar no Brasil o interesse de empresas estrangeiras interessadas na nossa grande comunidade de grande potencial de compra. Assim, o Brasil fará parte da lista das “embaixadas” da IGLTA em vários países, aumentando nossa visibilidade como destino e como mercado, trazendo várias possibilidades de crescimento do número de turistas deste segmento.
Como a IGLTA vê o turismo no Brasil e quais os investimentos que serão feitos através dela no país nos próximos meses?
A IGLTA desde 1998 aposta no Brasil como destino. Já recebemos o Simpósio da Associação neste mesmo ano no Rio e tentamos trazer a Convenção para São Paulo. Agora a possibilidade se amplia mais, pois como Embaixador no Brasil terei mais espaço dentro dos membros da associação para colocar o país num patamar mais forte e interessante. Ainda não estão fechados todos os detalhes de participação no Brasil, pois a decisão de escolher um Embaixador vem exatamente da necessidade da associação crescer em nosso país, e isso aconteceu agora no começo de novembro.
Qual é a situação atual do turismo GLS no Brasil e no mundo? Você tem números que comprovam o interesse por esse segmento de mercado?
A situação é de crescimento e de uma maior visibilidade em vários países. No Brasil ainda estamos conquistando vários espaços, mas quando vemos que temos mais de 175 paradas em várias cidades (quase uma parada a cada dois dias), mais de 230 grupos registrados na ABGLT, lançamento de uma revista como a Junior (do grupo Mix Brasil) e a DOM (da Editora Peixes), o crescimento dos membros da ABRAT GLS e da IGLTA são termômetros claros de que a evolução do turismo GLS é bastante significativo.
Além disso, você é gerente de vendas da TAM Viagens para o segmento GLS. Quanto a TAM investe no segmento GLS? Quais são as perspectivas dela para esse público?
Nosso objetivo para 2008 é chegar a algo em torno de 3% a 5% dos negócios da TAM Viagens originados no turismo GLS que estou implantando. Um montante significativo para chegarmos a 10% em 2010. As apostas da TAM Viagens foram bastante significativas em termos de divulgação e de participação com “famtours” para agentes de turismo a Bariloche e de jornalistas para a inauguração da The Week no Rio. Material específico para o público, participação em feiras e eventos também fazem parte dos investimentos.
Através dos TAM Shows, que são eventos para os profissionais do turismo, fiz apresentação do turismo GLS e dos nossos produtos em cidades como Curitiba, Brasília, Fortaleza e Buenos Aires, levando mais esclarecimento a respeito e ampliando as possibilidades de vendas.
Quais as chances de nos tornamos em breve o principal destino turístico GLS do mundo?
Teremos que concorrer muito para isso, afinal, muitos destinos nos países mais avançados já possuem seus orçamentos para alavancar o segmento. Mas como a nossa empresa, ainda são poucas aquelas que investem em termos de planejamento, objetivo, orçamento e um real levantamento das possibilidades. O Brasil ainda precisa “acertar” mais no turismo como um todo para que nós possamos usufruir dos bons negócios do “pink money”. A máxima que vale para o turismo: “uma cidade só é boa para turistas quando é boa para seus habitantes!” Isso vale 100% para a comunidade GLBT no Brasil e em qualquer país do mundo.