Um dos principais empresários do meio gay, o paulista André Almada esteve na plateia do Teatro Bradesco na última quarta-feira (24/02), quando foi conferir a estreia do musical Hairspray para convidados e imprensa.
Aproveitando a oportunidade, a reportagem de A Capa conversou com o empresário que revelou com exclusividade cogitar a volta da The Week para a Parada Gay de São Paulo após 3 anos de afastamento. Na entrevista, André revelou que isso vai depender muito do investimento da Associação e da Prefeitura em organização e segurança
Almada revelou ainda os planos de seu clube para 2010. Entre outras coisas estão a abertura de uma nova casa na região conhecida como Baixo Augusta e a transformação do Cine Metrópole, em uma espécie de centro de entretenimento. Confira a seguir a entrevista na íntegra
Você gostou da peça? O que você achou?
Eu gostei. Na verdade já tinha assistido em Nova York há 3 anos. Mas é bem melhor em português, né?
Gostou mais dessa versão?
Gostei mais. A gente entende muito mais. Bem mais bacana.
Você vai sempre ao teatro? Costuma fazer passeios culturais?
Olha, na medida do possível eu vou. Mas sempre sou convidado pra ir pros lugares. Quando vejo que dá pra ir, tento encaixar.
Você já conhecia o Miguel [Falabella], né? Você é amigo dele?
Já conhecia o Miguel tem um tempo. Temos outros amigos e pelo Klaus, que já foi sócio dele. Então o conheço de um tempinho já.
Quais os planos da The Week para 2010?
Tem bastante coisa…
O que você pode adiantar?
A abertura do clube novo, tem definido o arquiteto já…
Será no centro?
Sim, no centro. No Baixo Augusta. E provavelmente este ano a gente consiga viabilizar o projeto do Cine Metrópole. Talvez a gente possa até receber algumas festas no Cine Metrópole.
Por que no Baixo Augusta?
É uma região que a gente viu o imóvel e gostou.
O clube terá outro público?
A casa é menor. A The Week tem um público que já me acompanha desde a época do Ultralounge, que comporta a casa nova.
Você acha que no Baixo Augusta vai o mesmo público da The Week?
Não. Não é um público pra tirar a camisa. Mas quem quiser tirar, também pode. A programação será eclética. Dois dias na semana serão voltados para gays, às sextas e domingos. Nos demais dias vou fazer outras programações. Sábado não será destinado ao público gay porque não vou competir comigo mesmo. Continuo com a The Week.
Já tem ideia do que terá aos sábados?
Ainda não…
Tem previsão de quando deve ser a inauguração?
A previsão era pra ser junho, mas talvez se estenda um pouco.
E para a Parada Gay? Já tem a programação em mente?
Não lembro dela toda de cabeça, mas já tenho ela montada e algumas atrações fechadas. Vamos continuar com os tradicionais Peter, XXX, Tony. Continuamos no Clube Regata. Tem outro lugar que já fechamos para a festa da quinta-feira da Parada e teremos mais uma edição do Eterna Festival.
Participar da Parada está fora de cogitação?
Estou pensando, sabia. Cogito voltar a participar, mas ainda não é certeza.
Por que está pensando em voltar?
Olha, se realmente a prefeitura e a Parada investirem mais em termos de organização e segurança, acho que vale a pena participar como desde o início da The Week, nós fizemos. É que depois ela foi tomando outra proporção que fugiu do foco e do que é a Parada. Pra gente não foi mais interessante.
Você apontaria algum motivo desta perda de foco da Parada?
Acho que a própria Parada se popularizou. Ela é freqüentada por todo mundo, não só por gays. Acabou virando uma festa de curiosos, héteros, criança, família e tudo mais.
A Megga está com planos de abrir toda semana a partir de abril. Isso afeta alguma coisa? Muda os planos da The Week?
Todas as vezes que ela abriu em nenhum momento afetou o movimento da The Week. Acredito que o público que ela tem conseguido levar é o público que ela vai formar, como a Flexx formou. E a gente consegue conviver completamente em harmonia.
Tem público pra todas as casas…
Não sei se tem público para todas as casas. O público da The Week é da The Week e tem muita gente com olho nele. A Flexx conseguiu fazer seu público, que não é o da The Week e acho que a Megga está tentando uma mistura de todos os públicos