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Colégio adota termo “alunx” para se referir a estudantes sem definir gênero

O Colégio Pedro, II, em São Cristóvão, no Rio de Janeiro, chamou atenção de alunos e pais ao utilizar o "x" ao invés das letras "a" ou "o" para suprimir o gênero. Em avisos institucionais, murais e cabeçalhos de provas, os estudantes são definidos como "alunxs".

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O uso, que foi noticiado pelo jornal O Globo, já foi empregado em diversos movimento feministas e LGBTs, que utilizam termos semelhantes como "médicxs", "advogadx", "bancárix", "delx" e outras palavras que definem gênero.

Apesar da abordagem que visa discutir gênero nas escolas – e acabar com o machismo e outros preconceitos – a pedagoga especializada em alteridade pela UFRJ, Anna Fernandes declara que a "alteridade faz parte do universo escolar", mas que o "aprendizado deve ser feito em etapas". "O estudante precisa primeiro entender o que é gênero e sua aplicação linguística para depois debater sobre ela. É necessário, portanto, pensarmos em que momento esta discussão e estas supressões de gêneros nas palavras devam ser iniciadas", defende.

O professor de biologia Alex Von Sydow declara que se surpreendeu com o termo "alunx" em um jornais e informes do colégio. E que, ao conversar com alunos, descobriu que o tema já estava sendo tratado em outras aulas como a de sociologia. "Com isso, comecei a tratar sobre o assunto de forma interdisciplinar nas minhas aulas".

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Anna diz que o debate não pode sobrepor o aprendizado e que a discussão deve ser feita nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio, ambientes onde os estudantes podem ter maturidade para o processo de desconstrução. "Nas séries iniciais, é necessário saber que existe o gênero e as letras que o regem em nossa sociedade. Essa discussão já é um passo para mostrar uma primeira alteridade. Existe eu e existe o outro, que pode ser de um gênero diferente do meu. Ou seja, é um passo de cada vez".

O colégio declarou que não indica e nem proíbe o uso de termos em que o gênero é suprimido. Já o Ministério de Educação afirma que há indicações para comportamentos que visem preservar a alteridade de gênero, como garantias de banheiros de acordo com o gênero, mas que não há nenhuma determinação sobre o uso de termos como "alunxs".

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