A colunista Flávia Oliveira, do jornal O Globo, comentou sobre a morte do estudante Peterson Ricardo de Oliveira, que morreu aos 14 anos depois de ter sido agredido dentro da escola por ser filho de um casal gay. E criticou a sociedade brasileira.
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Segundo a colunista, independente do resultado do inquérito – a Secretaria Estadual de Educação nega que tenha ocorrido uma briga – se existe a possibilidade de a morte ser causada por homofobia é porque a sociedade é conservadora e preconceituosa com os gays e suas famílias.
"Qualquer que seja o resultado do inquérito, a sociedade brasileira já é culpada. Se a hipótese de a homofobia estar por trás da morte do adolescente causou mais indignação do que incredulidade, é porque o Brasil, de fato, hostiliza as relações entre pessoas do mesmo sexo", afirmou.
Na justificativa, ela diz que setores conservadores da política e da religião tratam a homossexualidade como doença (o que foi banido pelo Conselho Federal de Psicologia em 1985), ameaçam proibir adoção por casais gays e restringir a definição de família aos casais héteros, além de fazem vistas grossas para as violências e assassinatos homo e transfóbicos.
Flávia frisa que Peterson morreu no mesmo dia em que foi sancionada a Lei do Feminicídio e que a presidente Dilma Rousseff também lembrou o país as violências contra negros e LGBT: "Existem brasileiros que enxergam como exagero essa lei. Consideram excessivas lei que punem racistas, porque acham que não há racismo no Brasil; não veem razão para leis que punam a violência contra a população LGBT, porque acham que a homofobia não é um problema relevante. Essa visão do mundo, ela não é real e nós não a aceitamos".
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A colunista finaliza dizendo que espera que as palavras da presidente da República não sejam apenas "palavras ao vento" – citando a música de Moraes Moreira e Marisa Monte, imortalizada na voz de Cássia Eller. E que espera que o novo projeto de criminalização da homofobia realmente seja aprovado, pois "seria uma justa homenagem a tantos brasileiros que tombaram em razão da discriminação homicida que envergonha o país".