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Com forte presença de gays, drags e montadas, Banda Redonda agita centro de São Paulo

A área na esquina da Avenida Ipiranga com a Rua da Consolação, na região central de São Paulo, estava tomada por uma multidão na noite de ontem. Era a Banda Redonda, tradicional bloco de Carnaval da cidade, criado por Plínio Marcos em 1974 e conhecido pela presença maciça de gays, travestis e transformistas.

A edição que comemorou os 35 anos da animada manifestação popular contou apenas com um trio elétrico, que percorreu algumas das principais vias do centro histórico da cidade. A rua Xavier de Toledo, a Avenida São João e a Ipiranga viraram verdadeiras passarelas do samba ao som de marchinhas tradicionais e muito ziriguidum.

A diversidade de pessoas e estilos podia ser facilmente contastada pelos presentes. Representantes de todas idades, gêneros, tamanhos e tipo físicos dançavam, pulavam e se divertiam. De vendedores ambulantes de bebidas com suas caixas de isopor a catadores de latinha, passando por uma mulher-gato e seu chicote, o clima era de respeito às diferenças e diversão.

No meio dos presentes, diversos eram os  famosos da noite gay paulistana. As drags Dillah Dilluz, Ioio Vieira de Carvalho, Salete Campari, Silvetty Montilla, Tchaka, Sissy Girl, Amanda di Polly, Dindry Buck eram constantemente assediadas pelos foliões que queriam ser fotografados junto com as montadas. Performer da boate A Lôca, Victor Piercing também passou pelo bloco. Desmontado. Destaque para dois rapazes que se fantasiaram de índio. Um Elvis também chamou atenção em meio a multidão. Apenas dois rapazes usavam sunga durante o desfile.

Entre as drags mais ousadas e irreverentes, não dá para deixar de citar a atitude subversiva de Kaká di Polly. Agachando-se e abrindo a parte de trás de seu vestido, mostrava a bunda para os foliões e transeuntes que apresentavam reações diversas. Um rapaz saiu correndo. Alguns amigos gritavam "Kaká, seu saco tá aparecendo. Esconde o saco!", ao que a drag rebatia. "Está nada, eu puxei ele todo pra frente".

Momento simbólico do Carnaval foi quando a Banda passou em frente ao Teatro Municipal, ao lado da Praça Ramos de Azevedo. Oportunidade rara ver algumas das principais drags da cidade  ocupando a escadaria do local. Nesta hora, Salete Campari divulgava o baile de Carnaval Gay da cidade, que acontece amanhã no clube Piratininga. "Eu sou mulher. Vou porque acho vocês [gays] engraçados", brincava a drag.

Faltou ao longo do trajeto a instalação de banheiros químicos. Quem esteve no bloco e ficou com vontade de urinar, precisou se virar nas paredes e árvores dos arredores do trajeto. Destaque para o efetivo policial responsável pela segurança do evento. Respeitosos com o público,  foram bastante profissionais, sem serem grosseiros. Alguns eram bem bonitinhos.

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