Diante do quadro de oito mortes por dia em decorrência de complicações da aids, o governo do Estado de São Paulo vai mudar o atendimento dado aos pacientes, uma vez que falhas de assistência são algumas das razões das mortes. Nesta quarta-feira (2), um projeto será lançado e visa reorganizar a rede hospitalar e o atendimento de acordo com o grau de gravidade.
De acordo com a Folha de São Paulo, na Grande São Paulo um paciente demora até quatro meses para agendar uma consulta em serviço especializado. Dentre outras falhas, está a falta de prevenção, profissionais qualificados e leitos hospitalares.
Para investir na nova rede de assistência às pessoas com Aids, será investido R$ 30 milhões ao ano. A rede terá três tipos de unidade: a de alta complexidade, que visa tratar pessoas com aids e casos de câncer, fazer transplante e cirurgias; os hospitais estratégicos, que cuida das infecções oportunistas e outras complicações. E os hospitais de apoio, que ajudarão as duas unidades.
O trabalho também prevê atenção primária para prevenir casos entre a população vulnerável, como moradores de rua e usuários de drogas. "É aí que se encontra o maior número de morte. Eles não aderem ao tratamento", diz o infectologista Caio Rosenthal, do Instituto Infectologia Emílio Ribas.
A rede será ligada à rede oncológica do Estado, com 78 hospitais e ao programa Recomeço, que cuida de dependentes químicos. Nesta quarta-feira será inaugurada a nova Casa de Aids, em Pinheiros, que atenderá pessoas do Emílio Ribas e da antiga casa na Frei Caneca.