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Com pegada menos rocker, Laura Finocchiaro despede-se do mês da mulher com CD novo

Uma das cantoras undergrounds, ícone da comunidade LGBT paulistana, está mais calma. É o que ficou evidente no último domingo (29/03) quando Laura Finochiaro se apresentou no Centro Cultural São Paulo, para lançamento do seu mais recente CD, Lauras.

"Lauras" foi a música de abertura do show, que teve início por volta das 18h30. "Esta música é resultado de uma parceria com o jornalista João Luiz Vieira. Pedi que ele escrevesse uma letra para eu musicar. Ele me deu Lauras. É muita responsabilidade compor algo que tem o mesmo nome que a gente", disse, emendando a história de que só achou uma melodia para a canção depois de ganhar de presente um violão do produtor musical e baixista da banda Real, Pixinga.

A nova fase de Laura é menos rock que há alguns anos, quando a guitarra acentuava mais seu trabalho. Não que o instrumento não esteja mais ali. Está. E Laura manuseia a guitarra de forma sexy, linda, como se fosse uma parte de seu próprio corpo que estivesse a acariciar. Mas agora, suas músicas estão mais cantadas, sussurradas. É evidente o novo trabalho vocal da cantora.

Toda a apresentação no CCSP foi montada em cima do CD Lauras, que traz releituras de trabalhos antigos e é uma homenagem a outros cantores, compositores, amigos, parentes e até escritores. Na sequência de "Lauras", veio "Frases", de Jorge Ben, seguida de "Nossas Marias", inspirada em Nossa Senhora.

"Leve-me, Love", resultado de uma parceria com outro jornalista (Ricardo Anísio), foi uma das mais animadas e divertidas do show com seu refrão que faz um jogo de palavras e significados: "Leve-me Love/ Love Me Leve/". Laura também homenageou a falecida irmã Lory F, no CD e no show, com a música "Forças". Em toda apresentação, a cantora se mostrou bastante empolgada. Conversava com o público a cada música e até sorteou CDs para a plateia.

Cantora assumida, Laura não deixou de fazer sua homenagem a comunidade gay em seu show. Tocou Jacira Vira, letra que fala de "uma bichinha assumida, que sempre era citada na obra de Caio Fernando Abreu". Vale lembrar que Laura tem um envolvimento com o meio LGBT. Em 2001, compôs a lado de Glauco Mattoso e Roberto Firmino o "Hino da Diversidade", música tema da Parada Gay de São Paulo naquele ano. Um show histórico da cantora no mês do orgulho, que juntou personagens como Dimmy Kieer, Grace Gianoukas, Claudia Wonder e Victor Piercing – este último em uma performance de Jacira.

Laura tocou também "Tudo É Amor", letra que ganhou de Cazuza após o cantor assistir uma apresentação sua no lendário Madame Satã, no final dos anos 80, e que já foi gravada por Ney Matogrosso. "Na época em que ganhei essa música do Cazuza não entendi muito bem a letra. Hoje assemelho melhor a ironia do grande artista que foi Cazuza.

O show foi encerrado com um bis de "Lauras". A próxima apresentação da cantora, sem banda de apoio, acontece na Livraria Cultura de Recife, no Paço Alfândega, sábado dia 12/04.

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Angeli