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Com presença de Soninha, Corsa realiza debate sobre propostas LGBT

Com a intenção de discutir as plataformas das principais candidaturas a prefeitura da cidade São Paulo, o grupo CORSA realizou, em parceria com a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo (APOGLBT), neste sábado (06/09), um debate com os representantes das candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB), representado por André Pomba, Marta Suplicy (PT) representada por Julian Rodrigues, Gilberto Kassab (DEM) representado por Wagner Tronolone, Ivan Valente (PSOL) representado pelo candidato a vice Carlos Giannazi e Soninha (PPS).

Às 18h o debate teve início, a mesa teve coordenação de Lula Ramires, Coordenador político do CORSA, que começou explicando a idéia do debate. "Queremos com esse encontro mostrar o que cada partido tem a oferecer e também aprofundar na questão do partidarismo, que muita gente da militância critica e a nosso ver, esse distanciamento ‘político-partidário’ fez muito mal ao movimento". Após sua fala, Lula apresentou todos da mesa e passou o microfone para Giannazi, que abriu a rodada. 

Giannazi, que é candidato a vice na chapa de Ivan Valente pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), e deputado estadual de São Paulo, explicou que seu partido é novo e está em construção. Ele também fez questão de ressaltar que tanto ele quanto Valente já trabalham contra homofobia, na Assembléia Legislativa de São Paulo. "Já travamos vários embates com os conservadores, principalmente com a bancada evangélica", disse. "Apesar de abrigarmos a maior parada do mundo, São Paulo é uma cidade homofóbica", concluiu o representante de Valente.

Sobre as sua ações enquanto parlamentar falou do Disk Homofobia do seu gabinete e da lei municipal contra a homofobia que foi vetada pelo prefeito Kassab. Entre as propostas apresentadas por Giannazi, o destaque foram: a transformação da CADS – Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual – em uma secretaria e ter orçamento próprio e maior; aprovar a lei municipal anti-homofobia; capacitação da Guarda Civil Municipal e resgate do autorama "que é reprimido diariamente pela polícia", fechou Giannazi.

O segundo a falar foi André Pomba responsável pelo plano de governo LGBT do candidato Alckmin. Pomba fez um pequeno histórico de sua militância, sobre o seu apoio a Marta Suplicy. "Em 2000 apoiei a Marta, para nunca mais". Também afirmou que o PSDB teve ações efetivas aos LGBT’s. E assim apresentou as propostas do candidato Alckmin: regionalizar as ações da CADS, reforçar os eventos pós-parada e uma assessoria para facilitar a comunicação entre LGBT e o poder público.

O terceiro a falar foi Wagner Tronolone representando Kassab do partido Democratas. Wagner parabenizou a iniciativa do CORSA e da APOGLBT e disse que tal iniciativa "é ótima e mostra que nós demos um passo importante". Ressaltou que a gestão Kassab "fez 82% das necessidades para os LGBT". Sobre a ligação do seu candidato com a população homossexual da cidade, ele disse que "o Kassab nunca foi à parada mandar beijinhos, mas foi" e finalizou dizendo que hoje "São Paulo é um exemplo para o Brasil".

Julian Rodrigues, do Setorial Nacional LGBT do PT, representou a candidatura petista. Disse aos presentes que, antes de votarem em um candidato por ser gay ou não, por apoiar ou não, devem olhar o programa de governo. Em seguida falou sobre a candidata. "É impossível desvincular a Marta da luta LGBT, isso desde a criação do projeto de lei que propõem a união civil entre casais do mesmo sexo, em 1996", afirmou. Em uma crítica direta a atual gestão falou, que precisamos de uma CADS "menos mercado e mais estado".

Por último foi a vez de Soninha, candidata pelo PPS. Em sua fala disse que pode perceber semelhanã entre a maioria dos projetos e idéias. "Talvez os métodos sejam diferentes. Quem discorda de que precisamos de mais centros referências? Como podemos universalizar os serviços e atender as especificidades?", questionou. Por fim, Soninha relatou que o primeiro passo seria capacitar todo o funcionalismo público. "Imaginem o resultado e a diferença que isso faria".

Tapas e beijos

Após o primeiro bloco abriu-se para perguntas dos espectadores. Cerca de 50 pessoas marcaram presença no evento. Os questionamentos ficaram em torno da homofobia, autorama e o peso dos políticos de São Paulo. Nesse momento entrou em pauta a questão do projeto de lei do ex-vereador Ítalo Cardoso (PT-SP) que punia ações homofóbicas no município de São Paulo. Giannazi e Soninha contaram a história do projeto que foi vetado na íntegra pelo atual prefeito Gilberto Kassab, alegando inconstitucionalidade.

O clima ficou mais tenso no momento em que Julian Rodrigues e André Pomba rivalizaram. De um lado Pomba, ao dizer que Marta foi considerada uma "traídora do movimento" por muita gente  e "perdeu apoio". Em resposta a Pomba, Julian disse que "a lei estadual que vocês tanto falam que o Alckmin aprovou é de autoria de um deputado do PT (Renato Simões). A direita sempre nos odiou, agora aparecem dizendo que sempre foram nossos amigos, isso não é verdade", desabafou. Às 20h o debate terminou com todo mundo se abraçando e tirando fotos.

Confira no álbum quem esteve por lá.  

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