Começou na noite de quinta (11), em São Paulo, a 18ª edição do Festival Mix Brasil da Diversidade Sexual. A abertura foi no CineSesc, reunindo o staff do Festival, imprensa, convidados, realizadores e colunáveis.
O diretor do evento, André Fischer, abriu a noite falando sobre as dificuldades enfrentadas este ano. "Até ontem não sabíamos se o Festival seria realizado, mas decidimos correr o risco", disse ele, vestindo uma gandola militar muito em moda na região amazônica nos anos 80.
O objetivo do look era "mostrar a guerrilha que é fazer o festival todos os anos". João Federici, produtor do Festival, também vestiu figurino guerreiro e discursou sobre a relevância do evento. "Acredito que nosso objetivo de combater a discriminação foi alcançado. Mas ainda precisamos ter nossos direitos reconhecidos".
Eduardo Cardoso, da Cads – Coordenadoria de Assuntos de Diversidade Sexual -, representou o prefeito de SP, Gilberto Kassab, e afirmou: "O Mix Brasil é um marco. No que depender de mim, ele sempre vai existir".
André Fischer repassou ainda os marcos desses 18 anos de Festival, e concluiu: "É triste perceber que ainda somos um país careta. Não podemos deixar de cobrar do governador Geraldo Alckmin e da presidente Dilma Roussef, que mantenham nossas conquistas e imponham novos avanços".
O presidente do SESC, Danilo Santos de Miranda, também discursou. "Cinema provoca reflexão em questões que são repletas de preconceito. O SESC e a Imprensa Oficial são instituições que têm respeito com a educação e a dignidade humana. Procuramos valorizar as opções pessoais. É um cumprimento de uma missão para que possamos fazer uma sociedade mais humana e solidária".
A curadora do Mix, Suzy Capó – e diretora do selo Festival Filmes / Filmes do Mix -, falou sobre a programação deste ano e anunciou o filme de abertura: "Contracorrente", que a Festival Filmes lança nas salas de cinema em março de 2011.
O diretor do filme, o peruano Javier Fuentes-León (foto), estava presente e também falou ao público. "Contracorrente" agradou a maioria da plateia, que aplaudiu fervorosamente ao término da sessão. Destaque para as aparições do ator brasileiro Lauro Corona (1957-1989), em cenas da novela "Direito de Amar" (87), que era assistida por alguns personagens na história do filme.
Javier declarou à reportagem de A Capa que a escolha de Lauro foi proposital. O ator é um ícone gay, e o diretor afirmou ser fã de seu trabalho. "Foi minha homenagem a ele". O cineasta também citou o filme brasileiro "Dona Flor e seus Dois Maridos" (76) como uma referência para "Contracorrente".
Após a sessão, um coquetel recebeu o público no saguão do CineSesc, e na sequência a festa de abertura no clube Hot Hot reuniu mais uma parcela de colunáveis. E assim começou o 18º Festival Mix Brasil, que segue em São Paulo até o dia 18 de novembro.
* Colaborou Paco Llistó