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Com um ano de atraso, Warner exibe episódio final da série “The L Word”

Fazendo valer o descaso pela série lésbica "The L Word", o canal pago Warner exibiu ontem (31/08), com um ano de atraso, o episódio que marca o fim da trama que mais faturou e influenciou, neste caso, as lésbicas do mundo inteiro na história recente da teledramaturgia mundial.

"The L Word" cumpriu um papel importante, isto não apenas por representar o mundo das lesbian chics da Califórnia, mas também por, durante as suas seis temporadas, ter acompanhado e criticado as ações conservadoras, gays ou não, da gestão Bush. Em sua última temporada, a pauta era a Proposição 8, que foi aprovada e revogou a lei que permitia uniões homossexuais na Califórnia.

Outros temas importantes e caros à comunidade gay também marcaram presença: a homofobia institucional das Forças Armadas norte-americanas; o outing das celebridades; o consumo de drogas; a adoção por casais gays; a constituição de uma família no seio de uma sociedade heteronormativa; a transexualidade masculina na personagem Moira/Max e outros, muitos outros temas polêmicos marcaram presença nesta série que já deixa saudades.

Quem matou Jenny Schecter?
A sensação que fica ao assistir ao fim da sexta temporada é que melhor seria se "The L Word" tivesse terminado em sua quinta fase, que, de longe, é a melhor de todas. E por quê? A fase final do seriado inicia com a morte de Jenny Schecter (foto), encontrada morta na piscina da casa de Betty e Tina, que realizam uma festa de despedida, pois estão de malas prontas rumo a Nova York.

A partir daí a história volta no tempo e começa, no melhor estilo Silvio de Abreu, a relatar pequenas histórias e fatos que envolvem Jenny e cada uma das personagens da trama. Ao fim de cada episódio, assistimos à personagem que passou por alguma armadilha dizer que odeia Jenny, ou até mesmo que desejaria sua morte. Para uma série que seguiu tão bem, essa resolução chega a ser infantil.

Tirando a questão da criminalização das personagens pela morte de Schecter, ao término de "The L Word" acabamos por compreender que a série, em toda a sua existência, girou em torno da personagem, pois ela foi a única a passar por transformações psicológicas e sociais, inclusive influenciando o mundo ao seu redor. As colegas permaneceram estáticas em suas vidas, com algumas idas e vindas, mas nada de significativo. Esse fato se explica melhor quando sabemos que Jenny Schecter é o alterego da criadora da série, Ilene Chaiken.

Mas quem matou Jenny Schecter? Pois é, esta reposta não existe. Todos teriam motivos para se livrar definitivamente da complexa personagem, mas a série não esclarece isso e termina com as amigas de Jenny prestando depoimento na delegacia. No ano passado, os produtores disseram que o desfecho era proposital, pois existe a ideia de se fazer um longa-metragem que esclareceria o fato.

Há uma pista: Tina e Betty estão de mudança. Jenny mobiliza várias pessoas para gravarem depoimentos para o casal. Nos momentos finais da série, Jenny diz a Betty que considera todas as suas amigas e que foram importantes para as transformações pelas quais passou e que gostaria, nem que fosse pela última vez, de prestar uma homenagem e dizer o quanto ama todas. Suicídio?

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