Dia mundial de combate ao fumo ou os higienistas nunca foram tão felizes?
Vivemos em uma sociedade que adora cantar o lema das liberdades individuais, porém, o que não se nota é que estamos em vigilância constante e sempre sob o lema da saúde e claro, da saúde individual e nunca do coletivo.
Pois, acima de tudo trata-se de controlar o individuo e seus prazeres. E ainda dormem acreditando que vivem em uma sociedade livre. O Dia mundial de combate ao fumo é o marco do que podemos chamar de políticas de higienismo ou de controle sob o corpo mesmo. Primeiro por que ela se afoga em contradição; segundo, por que infere no principal lema da sociedade da escolha: a liberdade individual.
E não trata-se apenas do fumo não. Tudo o que se faz nesta tal sociedade livre é controlado e estigmatizado: não coma, não engorde, não trepe, não traia, não fique desempregado, não fique pobre, não seja afeminado, não seja masculina, não mije fora da privada, não beba demais, enfim, a tal da sociedade da liberdade individual é um grande conto de fada que no fundo não passada da sociedade do controle sob o corpo e de como este deve ser cuidado.
A sociedade da liberdade individual deveria ser a sociedade medicinal. Todo o nosso cotidiano está envolvido numa teia de veridição da medicina. Não importa se você sente prazer, mas importa que o relatório médico atestou que fumar traz doenças.
O corpo do prazer está proibido.
Nota-se que ninguém é livre e acima de tudo vigiado.