Toquei a campainha. Esperei. Ninguém veio me atender.
Sabia que tinha gente em casa e aproveitando a intimidade que sempre tive, abri o portão, subi as escadas e chamei.
Ela gritou lá do banheiro: “- Pode entrar! Estou tomando banho. Vem cá”.
Não seria a primeira vez que a veria sem roupa ou tomando banho. Éramos amigas há anos, desde crianças tomávamos banho juntas e sempre tivemos uma intimidade natural sem nenhum tipo de maldade. Não tínhamos vergonha de ficarmos nuas. Mas jamais poderia imaginar que algum dia sentiria algo diferente por ela como senti naquela noite.
Empurrei a porta devagar. O vapor do banheiro fazia com que o cheiro de xampu que usava exalasse um perfume maravilhoso que senti ao abrir a porta.
-Boa noite! Tô entrando hein!?
-Pode entrar. E aí, tudo bem? Peraí, já tô acabando.
A porta do box estava aberta e pude vê-la enquanto tomava banho. Cabelos cacheados, molhados, longos, penteados para trás, o corpo ensaboado, encurvado enquanto passava sabonete nas pernas bonitas, firmes, bem torneadas. Meio de frente, meio virada de lado, de costas para mim, me deixando boquiaberta por vê-la tão sensual e bonita. Até então só havia olhado para ela como uma amiga olha outra. Assim como todas as mulheres inevitavelmente se observam nuas.
Agora era diferente. Fiquei boquiaberta mesmo. Não existe outra palavra para expressar o modo que fiquei naquele momento que a contemplava tão linda. Barriga sensual, seios fartos, rijos, bonitos, o formato do sexo, a maneira que estavam os pêlos em contato com a água que escorria por eles e por todo o corpo, pelas costas bonitas. Os braços e os ombros fortes que contrastavam com a delicadeza das mãos brancas e femininas que deslizavam pelo corpo enquanto inclinava a cabeça para trás enxaguando os cabelos longos cor de cobre.
Abriu os olhos castanho-amendoados, claros e brilhantes, olhando para mim em silêncio, maliciosamente, exibindo um sorriso maravilhoso na boca perfeita. Estava gostando de ser observada.
Na época, tínhamos a mesma idade. Dezessete anos e, pelo que sei, ela, assim como eu era virgem e nunca tinha passado de uns amassos com um namorado que teve na escola.
Lembro que sempre falávamos da nossa primeira vez e combinamos contar uma para outra assim que transássemos com algum garoto.
Agora estávamos ali, no banheiro da casa dela, nos olhando daquela forma. Senti um tesão louco, numa vontade alucinante de beijá-la e tocá-la.
O cheiro me invadia de uma forma inebriante, me deixando alucinada ao respirá-lo junto com o calor do vapor que estava no banheiro. Ela, me olhando, entrou no banho de novo, passando as mãos pelos seios, pela barriga, até chegar ao sexo. Olhou-me rapidamente parando um momento e continuando em seguida, agora sem me olhar, se tocando até chegar novamente ao sexo e se masturbar fechando os olhos e passando a língua pelos lábios molhados pela água que caía do chuveiro.
Com a boca entreaberta, gemia se tocando mais intensamente, aumentando o ritmo daquele momento tão íntimo que compartilhava comigo, provocando, excitando e me deixando atônita sem saber o que fazer vendo-a se masturbando para mim.
Parou, desligou o chuveiro e veio na minha direção, nua, molhada, me olhando com desejo e sorrindo com os lábios apenas, em silêncio.
Abraçando-me, beijou minha boca, primeiro tocando-a devagar, depois enfiando a língua, mordendo meus lábios suavemente, me fazendo amolecer nos braços dela que me envolviam sem que criasse qualquer resistência. Fiquei alguns instantes sem reação. Mas em pouco tempo já estava abraçando, tirando minha roupa e ela me tocando e me olhando como se perguntasse: Por que perdemos tanto tempo?
Encostei-me na porta e ela me segurando pelos ombros, chupava meus seios, passava a língua no meu umbigo, beijava minha barriga, enquanto me tocava no sexo com uma das mãos. Aquilo me enlouquecia de tesão e fazia sentir um prazer que nunca havia sentido com nenhum garoto. No chão frio do banheiro, fizemos sexo, amor, sei lá o que estávamos fazendo. Só sei que era bom e não queria que acabasse logo.
Nos tocávamos, nos chupávamos e fazíamos loucuras por prazer, gozando uma pra outra pela primeira vez. Ficamos deitadas no chão. Ela virando a cabeça para me olhar perguntou se eu estava arrependida. Respondi, olhando para ela, sorrindo e beijando-a mais uma vez, que não, que tinha adorado e queria mais. Comecei a rir e depois gargalhar. Rimos muito, nos abraçando, nos beijando, transando de novo e indo em seguida tomar banho.
Durante muito tempo, até que acontecesse nossa primeira vez com nossos namorados, ficávamos juntas. Ninguém nunca descobriu. Era o nosso segredo.
Mesmo hoje que somos casadas, temos filhos, ainda nos encontramos de vez em quando para relembrarmos os velhos tempos. Nunca deixamos de ser amigas e de nos encontrarmos.
Vivemos felizes com nossos maridos e a nossa “amizade” é um complemento delicioso para nossos casamentos que nunca caem na rotina.