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Comissão LGBT do PT quer Marta em locais de freqüência gay durante campanha

Se você, caro leitor, estiver algum dia em um local como a rua Vieira de Carvalho, para ficar só num exemplo, e de repente notar uma movimentação estranha, com pessoas distribuindo santinhos e um carro de som com o jingle de "deixe a Marta trabalhar", não se assuste.  A idéia de fazer com que a candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, participe de um ato em um local de freqüência gay, durante sua campanha eleitoral, foi apresentada e discutida ontem na primeira reunião da comissão LGBT da candidatura da petista.

O encontro contou com intermediação dos militantes Julian Rodrigues e Lula Ramires. Também estiveram presentes militantes e personalidades da comunidade LGBT paulistana, como Bill da Pizza e as candidatas a vereadoras de São Paulo Salete Campari  (PDT), Jacque Chanel (PMN) e Brigity Andrade (PT, de Jandira).

A reunião foi dividida em dois momentos. Numa primeira ocasião, foram apresentadas as linhas gerais das propostas de Marta, como fortalecimento da CADS e a criação de uma ouvidoria do órgão. Em seguida, os presentes fizeram sugestões e observações. Entre os participantes, estava Ronaldo Moreira, 46 anos, companheiro do professor Alessandro Faria, o Ali, agredido por skinheads em fevereiro de 2007. Suas sugestões foram a da criação de uma defensoria pública e o reforço da proposta de levar projetos de economia solidária a segmentos carentes da comunidade LGBT. Moreira é militante do PT e integra a comissão de Economia Solidária.

"Não adianta propor achando que Marta vai entrar e os problemas serão resolvidos com a varinha de condão. O que nós estamos fazendo são diretrizes para apontar a este caminho", afirmou Lula Ramires, quando explicava que a criação da ouvidoria, proposta por Ronaldo, não compete ao âmbito municipal. "Tivemos as Conferências [municipal, estadual e nacional] recentemente. Sabemos o quanto é complicado a questão da violência. Se bobearmos somos mortos por sermos gays, lésbicas", disse.

A segunda parte do encontro girou em torno de questões práticas, como as ações que a campanha realizará e como o segmento LGBT será incluído nas programações. Uma das idéias apresentadas é a de fazer um "arrastão" com a candidata, na região da Vieira de Carvalho. A outra idéia do grupo é realizar uma plenária para marcar o lançamento das propostas LGBT. Resta saber ainda as disponibilidades de agenda de Marta.

Comunicação

Um dos pontos a ser driblados pelo comitê LGBT do PT, em São Paulo, será o fato de a candidata não ter criado a CADS – Coordenadoria de Assuntos da Diversidade Sexual – durante sua gestão na prefeitura. O grupo discutiu amplamente esse ponto. "Tivemos outros fatos importantes como a pensão para companheiros de mesmo sexo de funcionários municipais. Foi inédita no país, e foi a Marta que assinou a lei", ressaltou Lula.

A comunicação com os eleitores LGBT também foi discutida. O grupo argumentou com Sebastião Junior, da comissão de mobilização, a importância de material específico a ser entregue para membros da comunidade gay. Apontando um dos jornais da campanha, Lula Ramires analisou que "entregar um panfleto como esse, sem um arco-íris para comunicar, e não entregar nada é a mesma coisa".

Ajuda e apoio

Salete Campari, candidata à vereança da capital paulistana, compareceu à reunião não somente para ajudar na elaboração de propostas. Durante o encontro, ela perguntou muitas vezes quanto à possibilidade de auxílio na distribuição de seus panfletos por parte de equipes da Marta. "Meu santinho tem a foto dela. É uma ajuda minha à campanha dela. Não tem porquê não me ajudarem também", afirmou a drag.

Já a candidata travesti, Jacque Chanel, que tem propostas para o Autorama – estacionamento do Detran no parque do Ibirapuera, ponto de pegação e sociabilização da comunidade LGBT, também compareceu à reunião para declarar apoio na campanha da Marta. "Não posso oficializar nada. Mas no que precisarem, estamos aí", declarou a cabeleireira, cujo partido tem candidato próprio à prefeitura, o empresário Renato Reichmann.

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