A luta pelos direitos LGBTQ+ está em um momento crítico, e a necessidade de uma abordagem sustentável para o trabalho de defesa da comunidade nunca foi tão evidente. Com a intensificação dos ataques aos direitos LGBTQ+ e a transformação das organizações sem fins lucrativos em meros intermediários, é hora de repensar como os ativistas e a comunidade se envolvem nesse cenário.
As recentes demissões em organizações como a Human Rights Campaign e a GLSEN são um sinal claro de que o modelo atual, que depende fortemente de doações e apoio corporativo, é insustentável. A estrutura que criou uma dependência de financiadores externos, muitas vezes priorizando seus interesses sobre as necessidades reais da comunidade, está se mostrando frágil. Em tempos de crise, são os membros mais marginalizados da comunidade que sofrem as consequências mais severas.
É crucial mudar o foco de um modelo de caridade para um de solidariedade e ajuda mútua. A pandemia demonstrou a eficácia de redes de suporte comunitário que dispensam a burocracia e oferecem ajuda direta. Em vez de esperar por grandes doadores ou empresas, a comunidade deve investir em sistemas que permitam cuidar uns dos outros.
Além disso, a capacitação econômica deve estar no centro da próxima onda de ativismo LGBTQ+. Criar cooperativas e negócios que não dependam de doações externas permitirá uma maior autonomia e estabilidade.
Por fim, é vital redefinir o que significa sucesso no ativismo LGBTQ+. O verdadeiro impacto não deve ser medido apenas por relatórios brilhantes, mas sim por como as vidas das pessoas foram transformadas. O colapso do complexo industrial sem fins lucrativos LGBTQ+ não deve ser visto como uma tragédia, mas como um chamado à ação.
A construção de um futuro sustentável para a defesa LGBTQ+ deve ser feita com recursos próprios e focada nas necessidades da comunidade. A verdadeira libertação sempre foi forjada de dentro para fora, e é hora de nos unirmos para garantir que nossos direitos e nossa dignidade sejam respeitados.
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