Em uma tarde de verão em Nova York, poucos dias após a estreia do aclamado documentário “Queendom”, a cineasta Agniia Galdanova e o produtor Igor Myakotin se encontraram em um estúdio de tatuagem no lado oeste de Manhattan. Durante a entrevista, Agniia recebeu uma tatuagem com a frase provocativa “DOCU CUNT” em suas mãos, enquanto falava sobre a realização do documentário que retrata a impactante história de Jenna Marvin, uma drag queen de Magadan, na Rússia. A narrativa do filme explora o conceito de drag como uma forma de arte e resistência em um ambiente hostil.
A história de Jenna começa com suas performances em drag, que desafiam normas sociais e atraem tanto admiradores quanto hostilidade. Vestida em trajes surrealistas, ela captura a atenção da internet e, ao mesmo tempo, enfrenta ameaças de prisão por suas apresentações ousadas. A busca de Agniia por artistas de drag na Rússia a levou a descobrir Jenna, cuja arte única a inspirou a transformar uma ideia de série documental em um filme dedicado a sua vida.
Com a chegada da pandemia de COVID-19, Jenna, que já enfrentava dificuldades em se conectar com outros artistas de drag, encontrou em Agniia uma parceira criativa. Juntas, elas exploraram a identidade de Jenna, que passou a ver o drag como parte intrínseca de quem ela é, e não apenas como uma performance. A conexão entre as duas cresceu à medida que trabalhavam juntas, quebrando as barreiras típicas entre cineasta e sujeito.
O documentário não apenas narra a jornada artística de Jenna, mas também destaca os perigos que ela e Agniia enfrentaram ao documentar suas performances em um contexto político tenso. Desde a rejeição de outros artistas até a violência nas ruas, Jenna é uma figura de resistência, que se recusa a ser silenciada. Sua determinação em ser vista e ouvida ecoa profundamente, especialmente em um momento em que a liberdade de expressão é tão crítica.
“Queendom” não é apenas um retrato de uma artista; é uma celebração da bravura e da autenticidade dentro da comunidade LGBTQIA+. O filme agora está disponível para streaming na Apple TV, oferecendo uma visão poderosa sobre a luta pela expressão e pela aceitação em um mundo muitas vezes hostil. Jenna Marvin e a equipe por trás de “Queendom” provam que, mesmo diante de adversidades, a arte pode ser um caminho para a liberdade e a autoafirmação.