A homofobia internalizada tem um impacto significativo no uso da profilaxia pré-exposição (PrEP) entre homens que fazem sexo com homens (MSM) que foram recentemente encarcerados. Isso foi revelado em um estudo publicado na revista AIDS Care, liderado pela Dra. Nina Harawa da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). A pesquisa avaliou 170 homens e analisou a relação entre o uso de PrEP e a identidade sexual, características sociodemográficas e outros fatores que poderiam influenciar os resultados.
Os resultados mostraram que participantes que se identificavam como heterossexuais ou bissexuais tinham menores chances de utilizar PrEP em comparação com aqueles que se identificavam como gays ou amantes do mesmo sexo. Especificamente, os heterossexuais apresentaram uma odds ratio ajustada de 0,10 e os bissexuais de 0,39, indicando uma clara disparidade no acesso a essa forma de prevenção ao HIV. Além disso, os participantes negros também apresentaram uma odds ratio de 0,15, evidenciando dificuldades adicionais no acesso à PrEP em comparação com os participantes brancos.
Outro ponto importante levantado pelo estudo é que homens que relataram mais de três anos de encarceramento apresentaram uma odds ratio de 0,28 para o uso de PrEP, em contraste com aqueles que estiveram encarcerados por menos de seis meses. Contudo, quando os pesquisadores controlaram os dados para a homofobia internalizada, as diferenças observadas com base na identidade sexual deixaram de ser significativas. Isso sugere que a homofobia internalizada é um fator crucial que afeta o uso de PrEP, independentemente da raça ou do histórico de encarceramento.
Dra. Harawa e sua equipe concluíram que a homofobia internalizada é um motor importante das disparidades no uso de PrEP entre MSM, reforçando a necessidade de abordagens que combatam a discriminação e promovam um ambiente onde todos possam acessar cuidados de saúde adequados e preventivos. Essa pesquisa destaca a importância de entender não apenas as barreiras estruturais, mas também as questões psicológicas que afetam a saúde da comunidade LGBT, especialmente no contexto da prevenção do HIV.
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